Sequestrador chega a sair e colocar parte do corpo para fora do ônibus na Ponte Rio-Niterói (TV Globo/Reprodução) |
Por volta das 9h02 desta terça-feira (20), após
quase 4h, o sequestrador que manteve os passageiros da linha 2520 (Jardim de
Alcântara-Estácio) reféns na Ponte Rio-Niterói, foi atingido por um
franco-atirador (sniper). A Polícia
Militar do Rio de
Janeiro confirmou a
autoria do tiro, mas a identidade do homem não foi informada.
A
ponte ficou interditada desde às 5h30 desta terça. Viaturas da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) e equipes do Batalhão de
Operação Policiais Especiais (BOPE) participaram das
negociações.
Às
8h38, cerca de 31 reféns estavam no coletivo, segundo a PM, e 6 haviam sido
liberados.
Fotos
publicadas nas redes sociais mais cedo mostravam garrafas cortadas ao meio e
amarradas com linha no teto do veículo preenchidas de um líquido amarelo que
parecia ser gasolina. Sheila Sena, porta-voz da PRF, disse
anteriormente à Globo News que o homem estava ameaçando
colocar fogo no ônibus.
Ao
entrar no ônibus, o rapaz não fez nenhuma demanda específica para liberar os
reféns e se identificou como policial militar.
Segundo
o Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, de janeiro a junho deste ano aconteceram 8.761 assaltos a ônibus. A maioria dos crimes aconteceu na região
metropolitana.
Sequestro
do ônibus 174
Dezenove
anos atrás, o caso do ônibus 174 chamou a atenção do país com um sequestro que
durou mais de 5 horas. Na época, os passageiros do ônibus ficaram como reféns
no bairro Jardim Botânico, na zona Sul da cidade.
O
assaltante, Sandro Barbosa do Nascimento, era uma sobrevivente da chacina da
Candelária, episódio em que moradores de rua foram mortos por policiais na
década de 90, no Rio de Janeiro.
Uma
das cenas que mais chamaram a atenção na época do sequestro do ônibus foi
quando a refém Luciana Carvalho escreveu, com batom, um recado do criminoso na
janela do veículo. A mensagem dizia: “ele vai matar geral às seis horas” e “ele
tem pacto com o diabo”.
O
sequestro foi transmitido ao vivo pelos canais de TV. Sandro Barbosa do
Nascimento foi morto pela PM enquanto era imobilizado no final do sequestro. O
caso, e a história da infância de Barbosa, inspiraram o filme Ônibus 174, do
diretor José Padilha.
Hoje,
o caso da ponte Rio-Niterói relembra o que aconteceu em 2000.
Exame