O
tema foi a principal pauta na reunião do Senece com a FNE em Brasília
O
contexto da reforma da Previdência foi o principal assunto discutido no
encontro do Sindicato dos Enfermeiros do Ceará (Senece) com a Federação
Nacional dos Enfermeiros (FNE) e com sindicatos de outros estados, que
aconteceu nos últimos dias 13 e 14, em Brasília. Durante a reunião, a
presidente Telma Cordeiro e a diretora Geusa Lélis também apresentaram as
demandas dos enfermeiros do Estado.
A
principal pauta dos sindicatos dos enfermeiros é a rejeição da Emenda da
reforma da Previdência proposta atualmente pelo governo de Jair Bolsonaro
(PSL), que vai afetar, diretamente, mais de 2 milhões de profissionais de
enfermagem no País.
Eles
avaliam que o direito de se aposentar ao completar 25 anos de contribuição
previdenciária, por exemplo, em área insalubre, independente da idade, pelo
teto de contribuição deixa de existir.
Os
sindicatos informam que a nova proposta da reforma da Previdência não contempla
a categoria com a aposentadoria especial, além de não reconhecer o projeto de
lei (PL) n° 349/2016 que já tramitava há anos no Senado Federal e que trata da
aposentadoria especial para trabalhadores de enfermagem.
As
justificativas para a rejeição da reforma pelos sindicatos dos enfermeiros são
que eles consideram as perdas salarias e o tempo a mais de serviço obrigatório,
encarados por sindicalistas, como uma atitude desumana.
Além
da maioria dos profissionais dessa área serem mulheres, existe a condição de
trabalho em áreas insalubres com excessivas jornadas de expediente, desgaste
físico, psíquico e emocional, assédio moral e sexual no serviço, a violência
laboral, as agressões por parte de usuários, pacientes e/ou familiares e outras
situações precisam ser consideradas.
Em
Brasília, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB/PA) e os deputados federais
Arlindo Chinaglia (PT/SP) e Orlando Silva (PCdoB/SP) se comprometeram no apoio
em levar à Câmara dos Deputados, em um único pleito, a reivindicação proposta
dos sindicatos dos enfermeiros como a aposentadoria especial da enfermagem, do
piso salarial nacional e das 30 horas semanais.
Telma
Cordeiro, presidente da Senece, informou que as entidades de classe da
enfermagem precisam se articular e movimentar a base de apoio de cada estado.
“A conjuntura nacional não favorece a luta sindical no âmbito estadual. A
retirada brusca de direitos e a interferência governamental no enfraquecimento
dos movimentos dos trabalhadores precisam ser combatidos. É preciso um único
movimento pela enfermagem brasileira”, conta.
No
término da reunião, os estados presentes, por meio de seus sindicatos e a
própria FNE, firmaram acordo na elaboração de uma agenda que mobilize toda a
categoria, na esfera nacional, pela defesa da enfermagem e contra a reforma da
Previdência.
Fonte:
O Povo