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Foto: Evilázio Bezerra/O POVO |
De
acordo com um estudo feito pelo Estadão, um pequeno grupo de alunos que
estudaram em condições consideradas "extremamente desfavoráveis"
conseguiu ter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 equivalente a
nota de alunos da elite dos colégios do País. Pelos dados, apenas 293 alunos
pobres conseguiram estar entre as melhores notas do Enem 2017, o equivalente a
0,16% do total.
Desses
293 alunos, 154 são do Ceará, a quarta melhor rede de ensino médio do País
segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)mais recente. O
Ideb é o principal indicador federal de qualidade na área da educação.
Para
realizar o cálculo que coloca os alunos na condição extremamente desfavorável,
o estudo contou um ponto para cada condição que é geralmente relacionada a um
baixo desempenho para a nota. "São elas: cursar o ensino médio em colégio
municipal ou estadual, não ter carro, computador, acesso à internet nem
telefone fixo, ter frequentado escola com pouca infraestrutura (como baixo
número de funcionários ou poucos equipamentos multimídia) e renda familiar
inferior a R$ 312 por pessoa (equivalente a um terço do salário mínimo naquele
ano)", cita a reportagem do Estadão.
Um
total de 176,9 mil candidatos do Enem 2017 somaram dez pontos, o que significa
que estavam associados a todas essas condições de uma só vez. Desses, somente
293 obtiveram pontuação que os colocou no grupo dos alunos mais favorecidos, ou
seja, aqueles que não preencheram nenhum dos dez requisitos de vulnerabilidade
socioeconômica. O estudo indicou que o aluno pobre tem apenas uma chance em 600
de ficar entre as 5% melhores notas, o que equivale a 0,16%. Dos estudantes que
estão no topo, somente 0,4% fazem parte dos mais pobres.
O
grupo das melhores notas exigia desempenho de 659,5 pontos na média das provas
objetivas, que são Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza. O
Enem também cobra uma redação.
Redação
O POVO Online