terça-feira, 30 de agosto de 2016

Jovem desenvolve dessalinizador artesanal em Quixeramobim

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Devido à seca, alguns municípios sofrem com a falta de água potável para consumo humano. Como alternativa, essas cidades apostam no processo de dessalinização, que ainda é muito complexo e de alto custo. No sertão central do Ceará, em Quixeramobim, um jovem encontrou um jeito de obter água de qualidade através de um dessalinizador artesanal. A reportagem é da Rede Jangadeiro FM.
Samuel Estéferson, engenheiro mecânico deQuixeramobim, abraçou um projeto desafiador: levar ao sertão árido a possibilidade de dispor de água de melhor qualidade. No quinto ano consecutivo de seca no estado, algumas localidades precisam se submeter ao uso de água salobra ou salina, mas a ciência pode transformar essa realidade. Foi com esse propósito que Samuel desenvolveu um dessalinizador a baixo custo, utilizando materiais reciclados. O equipamento, segundo ele, é capaz de reduzir substancialmente o sal presente na água.
“Eu tive essa ideia porque a gente, em Quixeramobim, estava passando por uma dificuldade muito grande, nossos recursos hídricos tinham diminuído muito, chegando até a acabar mesmo, a gente teve de recorrer a caminhões-pipa. O meu avô Samuel fez a perfuração de um poço e teve muita água, mas era uma água salobra. Comecei a pesquisar.Aqui a maior parte dos poços é de água salobra ou salina. Como seria resolvido isso? Com dessalinizador“.
O processo de dessalinização retira o excesso de sal e outros minerais da água ou do solo, através de máquinas, e transforma em água potável. Em seu experimento, o engenheiro fez testes utilizando a água do mar, e os resultados foram surpreendentes.
Os resultados foram excelentes, impressionaram até o técnico do laboratório que fez minha análise. Ele disse que foram resultados excelentes tanto da água do mar – eu trouxe água do mar de Fortaleza em garrafão de 20 litros – fiz todo um aparato para fazer esse teste. Tanto a água do mar como a água do poço conseguiu atingir o patamar físico-químico exigido pela portaria 2914 do Ministério da Saúde. Então é uma água de qualidade”.
Segundo o engenheiro, existem diversas técnicas para a dessalinização da água. Após testes, a mais eficaz, segundo ele, foi a osmose reversa, muito utilizada em países do Oriente Médio para dessalinizar a água, mas ainda pouco difundida no Brasil. Antes, ele testou técnicas como compressão a vapor, destilação por congelamento e uso de destilador solar.
Um dessalinizador no mercado custa entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. O protótipo produzido por Samuel ainda está em fase de testes, mas os custos se apresentaram até 50% mais acessíveis do que os valores de mercado.

Fonte: Tribuna do Ceará
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