A disputa interna no PMDB para selar a indicação ao Ministério do
Turismo ganhou mais um incremento nesta terça-feira, 28. Com o fim das
especulações em torno do deslocamento do atual ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio (MDIC), Marcos Pereira (PRB), ganhou força o nome de Marx
Beltrão, peemedebista de Alagoas, Estado em que o diretório é na prática
comandado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.
O ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, disse hoje que a definição do nome para a pasta sairia ainda nesta
semana e que ela seria tomada pela bancada do PMDB na Câmara, o que exclui
Pereira entre as indicações. Com a possível nomeação de Marx Beltrão ficariam
preteridos os nomes ligados ao PMDB de Minas Gerais – Leonardo Quintão e Newton
Cardoso Júnior.
A decisão pode abrir mais um racha
entre Câmara e Senado, entretanto, o foco do Planalto neste momento é “agradar”
mais os senadores, já que caberá a eles a definição do processo de impeachment
da presidente afastada Dilma Rousseff. Procurado, Renan nega a interferência.
Segundo sua assessoria de imprensa, o presidente do Senado “não indica, não
sugere, não endossa nomes para o governo enquanto estiver a frente do Senado federal”.
A justificativa de Renan é que isso seria “incompatível com a independência
entre os poderes”.
Apesar da negativa, no Palácio do
Planalto, interlocutores de Temer reconhecem que a escolha de um “afilhado” de
Renan poderia ser um aceno importante para conquistar de vez o presidente do
Senado que tem feitos sinais “contraditórios”. Ao mesmo tempo em que oferece um
jantar para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como faz nesta
terça-feira, ele já discute a possibilidade de haver recesso parlamentar, o que
atrasaria a análise a conclusão do processo de impeachment.
Cotado para o cargo, Quintão preferiu
não comentar sua possível escolha e disse que tomou a posição de aguardar.
“Aguardo a definição do presidente. Essa nomeação vai depender também da
escolha dentro da bancada federal do PMDB”, afirmou.
Fonte: Ceará Agora