A fiscalização no
trânsito voltada para o respeito à Lei Seca e ao uso de capacete está sendo
intensificada em Fortaleza, com blitze rápidas com foco na segurança viária,
iniciadas este ano. Com estrutura menor e permanência de 30 minutos nos pontos
escolhidos, as ações mudam o foco da abordagem em todos os tipos de infração
para fiscalizar os principais fatores de risco aos acidentes, que vitimam mais
pedestres e motociclistas na Capital.
As blitze itinerantes atuam de forma pontual em
cinco de dois eixos apontados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que mais
causam acidentes de trânsito: alcoolemia e falta do capacete. Os outros três
fatores são excesso de velocidade, falta do cinto de segurança e desrespeito à
travessia de pedestres.
A ideia é que o fortalezense saiba que pode ser
abordado a qualquer momento e em qualquer lugar pela fiscalização, explica
Dante Rosado, consultor da instituição Bloomberg, que promove o Programa de
Segurança Viária em parceria com a Prefeitura. As ações da parceria têm
vigência entre 2015 e 2020, com foco também no desenho urbano, circulação de
pedestres, estratégias de comunicação e levantamento de dados.
As abordagens foram anunciadas em dezembro de 2015,
com agentes capacitados em fevereiro, e, gradualmente, são intensificadas numa
parceria entre Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), Guarda
Municipal, Batlhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE), Departamento
Estadual de Trânsito (Detran-CE).
Vítimas
Os pedestres representam 44% das
pessoas que morreram por acidente de trânsito em Fortaleza em 2011. O dado é o
mais recente para o Município, apresentado ontem pelo secretário-executivo da
Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Sabóia, durante o II Workshop
Inteligência Urbana em Fortaleza. Segundo e terceiro lugares no ranking ficam
com motociclistas e ciclistas, com 27% e 10% das mortes, respectivamente.
A atualização e eficiência do Sistema de
Informações de Trânsito (Siat), que reúne 12 fontes de notificação para
acidentes, é uma das metas da Prefeitura para conseguir identificar melhor a
dinâmica das ocorrências e pautar soluções. Segundo Sabóia, o Observatório
Municipal de Segurança Viária deve ser lançado até o fim do ano como plataforma
para apresentação mensal dos dados de acidentes na Capital.
Transporte público
Uma plataforma com dados sobre viagens de ônibus,
rotas, linhas mais usadas e rápidas, velocidade média de viagens, além de
números sobre o sistema de bicicletas compartilhadas Bicicletar, poderá ser
disponibilizada para consulta online. Os estudos são empreendidos pelo I3For,
uma parceria entre a Unifor, a Universidade do Arizona (EUA) e a Prefeitura. A
primeira fase deve ser concluída em julho.
Conforme o consultor de Segurança Viária da
Bloomberg, Ezequiel Dantas, que apresentou projeto ontem, durante o workshop, a
plataforma está sendo alimentada com dados de estudos sobre o Bicicletar e as
faixas exclusivas de ônibus e deve servir de parâmetro para possíveis expansões
do sistema. “A análise desses números podem guiar a correção dos pontos fracos
e o estímulo das ações acertadas”, comenta.
A plataforma poderá, de acordo com Ezequiel, ganhar
versão online reduzida, mais focada no uso dos modais. (colaborou Domitila
Andrade)
Acidentes
O pedestre do sexo masculino, entre 30 e 59 anos e
que circula nas ruas do Centro e das Regionais I, III, IV e V forma o perfil
mais frequente de óbitos por acidentes de trânsito na Capital. Entre os
feridos, este perfil é do motociclista do sexo masculino, entre 18 a 29 anos e
que circula pelas Regionais I, III e V.
Identificar, de forma atualizada, quais são as
causas, horários e locais mais frequentes dos acidentes pode ajudar na
formulação de políticas públicas para prevenção. As estratégias em fiscalização
também seriam melhor direcionadas com estas informações.
Soluções
Como medidas de segurança viária, a parceria com a
instituição Bloomberg resultou na implantação de 13 travessias elevadas, duas
travessias diagonais, 15 cruzamentos com passeios prolongados e uma área de
trânsito calmo (bairro Rodolfo Teófilo).As intervenções dão mais prioridade ao
pedestre, com ampliação de espaços e redução de velocidade para veículos
motorizados.
Fonte: O Povo