O ataque ao 23º Distrito Policial, no
Conjunto Nova Metrópole, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF), teria sido praticado pelo cearense Mayandreson Araújo Albuquerque, 24,
apontado como membro da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Durante a ação,
no último dia 5 de março, a fachada da delegacia foi alvejada com mais de 20
tiros. Na noite da última segunda-feira, Mayandreson foi preso em flagrante por
tráfico de drogas, na Granja Lisboa, na Capital.
Na residência do suspeito, foram apreendidos:
116,65 kg de maconha; 910g de crack; uma espingarda calibre 12, com 15 munições
intactas; uma munição de calibre 380; um automóvel modelo Celta; três tablets;
dois notebooks; uma balança de precisão; dois celulares; e um galão de
combustível vazio. Também foram encontrados 1.200 adesivos com as inscrições do
“Comando Vermelho (CV)”. O material era colado nos tabletes de maconha,
sinalizando a “grife” da droga comercializada.
No momento da prisão, efetuada por policiais da
Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS), a esposa do suspeito, Fernanda Keller Cavalcante Lima
Silva, 20, também foi presa. Segundo o titular da Divisão de Combate ao Tráfico
de Drogas (DCTD), delegado Sérgio Pereira, a jovem seria a responsável por
“custodiar” as drogas enquanto Mayandreson estava fora. Fernanda não tinha
antecedentes. Ele, porém, respondia por duas tentativas de homicídio, porte e
posse ilegal de arma de fogo.
Autoria do atentado
Na avaliação do delegado, o
material apreendido e as informações colhidas durante a investigação da Coin
reúnem indícios suficientes da participação de Mayandreson no Comando Vermelho
e da autoria no atentado. “Ele, de fato, é membro dessa organização criminosa e
a arma apreendida é do mesmo calibre da utilizada no atentado. Vamos investigar
agora a existência de outros membros, rastrear a origem dessa droga e
participação dele em outros atentados”, disse Sérgio.
A suspeita de que ele tenha atuado em outras ações
se deu pela apreensão do galão de combustível, que pode ter sido usado nos
ataques a antenas de telefonia ocorridos recentemente no Estado. Mayandreson e
Fernanda foram autuados por tráfico de drogas, associação para o tráfico e
posse ilegal de arma de fogo.
Dos 13 ataques registrados
desde o dia 5 até o último domingo, 17, a motivação é desconhecida em 11 casos.
Nas duas últimas ações, motocicletas foram incendiadas na Delegacia de Itapajé
e uma cabine da PM, no Centro de Fortaleza, sofreu tentativa de incêndio.
Segundo a SSPDS, o ataque à delegacia foi motivado pela prisão de um policial
militar e a ação na Praça da Estação teria sido praticada por um morador de
rua.
Nos outros casos, investigados
de forma descentralizada, uma das possibilidades aponta para retaliação à
legislação que determina o bloqueio do sinal de celulares no perímetro dos
presídios do Estado.
Com a prisão de Mayandreson, o delegado Sérgio Pereira estabeleceu uma ligação entre
parte dos 13 atentados ocorridos recentemente e as ações registradas naquele
mês. Entre os dias 2 e 6 de março, outros 13 atentados foram registrados na
Grande Fortaleza.
Fonte: O Povo