Momentos decisivos da história
são aqueles que revelam a natureza das lideranças políticas. Hoje, quando a
democracia brasileira se vê ameaçada por um impeachment sem crime de
responsabilidade, ou seja, por um golpe, é importante notar as posições assumidas
por aqueles que sonham com a presidência da República.
Não há dúvida de que ninguém se posicionou tão
bem quanto o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, que, ontem, ao lado do
governador Flávio Dino, do Maranhão, lançou a nova campanha da
legalidade."Há um valor que está acima de tudo, e que deve ser sempre
respeitado: é a própria liberdade", disse Ciro (leia mais aqui). Numa entrevista recente, ele também
apontou, de forma didática, porque a tentativa de deposição de Dilma representa
um golpe (confira aqui).
Enquanto isso, no campo oposto,
o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que desde a derrota nas eleições
presidenciais, tem feito de tudo para contestar o resultado das urnas e para
criar instabilidade, permitiu qua imagem fosse associada para sempre ao
golpismo e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aliado de primeira
hora dos tucanos, Cunha só perdeu o apoio do PSDB quando ameaçou não abrir o
processo de impeachment – agora, voltou a contar com a tolerância do PSDB, a
despeito das acusações que pesam contra si.
No meio do caminho, Marina
Silva, da Rede Sustentabilidade, e Joaquim Barbosa adotaram posições ambíguas.
Marina afirmou que não há razões para impeachment, mas defendeu a cassação via
TSE – ou seja, o que interessa a ela não é a tranquilidade política, mas a
possibilidade de novas eleições. O ex-ministro do STF, por sua vez, também
disse não haver motivos para impeachment, mas disse que "a crise está na
presidência", embora ele próprio saiba que a crise é o modelo político
atual, de presidencialismo de coalizão, que impõe a chantagem do Legislativo
sobre o Executivo.
Ciro foi o único que, de forma inequívoca,
colocou a democracia e o respeito às urnas à frente de qualquer conveniência.
Com essa postura, ele se qualifica para disputar as eleições presidenciais de
2018 – e, eventualmente, até com o apoio do ex-presidente Lula e dos partidos
de esquerda.
"Ciro é hoje uma das figuras mais
importantes da cena política", diz o escritor Fernando Morais. "Sua
pré-candidatura faz muito bem ao Brasil no contexto atual", reforça Flávio
Dino, governador do Maranhão.
Fonte: Brasil 247.













