A caixa-preta do avião do Bradesco, que caiu na última terça, foi encontrada ontem em uma fazenda em Minas Gerais. Dados ainda não foram recuperados Investigadores da Aeronáutica encontraram ontem a caixa-preta do avião do Bradesco que caiu em uma fazenda em Minas Gerais na noite de terça-feira (10). No acidente, morreram os dois pilotos e os dois passageiros -Marco Antonio Rossi, 54, presidente da Bradesco Seguros, e Lúcio Flávio de Oliveira, 55, diretor-geral da Bradesco Vida e Previdência.
Segundo a Aeronáutica, foi encontrado o cartão de memória -que contém as conversas na cabine de comando nas últimas duas horas anteriores ao acidente. Não se sabe ainda, porém, se os dados estão intactos e se poderão ser recuperados. O próximo passo, de acordo com a Aeronáutica, é tentar extrair os dados do gravador a fim de fazer a leitura das informações. Não há prazo, ainda, para a conclusão do processo.
O equipamento foi levado para a sede do Cenipa, o órgão da Aeronáutica responsável por investigar acidentes aéreos, em Brasília.
A caixa-preta do Cessna Citation VII, prefixo PT-WQH, era equipada apenas com o CVR, sigla em inglês para gravador de voz da cabine. Esse tipo de avião, jato executivo de médio porte, não é obrigado a ter o outro gravador - que reproduz o comportamento dos equipamentos durante o voo e é comum em aviões comerciais.
Razão do silêncio
Se a gravação de voz for de fato recuperada, será possível saber por qual motivo os pilotos não reportaram pane nem fizeram contato com o controle de tráfego aéreo pouco antes do acidente, algo inusual para a situação.
Havia tempo para isso: em altitude próxima à de cruzeiro, como foi o caso, um avião leva cerca de três a quatro minutos para atingir o solo. Algumas hipóteses podem explicar o silêncio no rádio - uma pane no rádio, por exemplo, ou a perda de consciência súbita dos pilotos.
Pilotos podem perder a consciência quando expostos a grandes altitudes (hipóxia) em caso de pane no sistema de pressurização ou por descompressão explosiva - uma janela da aeronave que se rompe no ar, por exemplo.
Nesse cenário, o piloto poderia ter desconectado o piloto automático e então perdido a consciência. Há precedentes de acidentes aéreos com hipóxia, mas nesses casos o avião seguiu voando em piloto automático até acabar o combustível.
O histórico do avião também será considerado. A partir da análise das peças, é possível verificar se o motor estava funcionando no momento da queda. A meteorologia também será analisada.
Fonte: O Povo













