A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) decidiu
entrar na investigação para apurar o incidente envolvendo o carro oficial de um
desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, alvejado a tiros na
semana passada. Ontem, após o “vazamento” da informação sobre o caso,
através de matéria exclusiva do blogdofernandoribeiro.com.br, o próprio
secretário Delci Teixeira foi à sede do TJCE tratar do assunto. Até então, o
episódio e sua investigação eram mantidos em sigilo.
O carro oficial (New Honda
Civic preto) atingido por, pelo menos, cinco tiros, está à disposição do
gabinete do desembargador Francisco Pedrosa Teixeira. Até o momento, o
juiz não se reportou oficialmente sobre o caso.
Já o motorista dele, José
Aírton de Oliveira, prestou um Boletim de Ocorrência (B.O.) no último sábado no
plantão do 30º DP (São Cristóvão), informando ter sofrido uma suposta tentativa
de assalto quando circulava com o automóvel oficial do TJCE no bairro Vila
Manuel Sátiro.
No
entanto, este depoimento do motorista causou estranheza às autoridades.
O blogdofernandoribeiro.com.br
apurou que o automóvel apresentando marcas de tiros na lateral direita, na
porta do caro, se encontrava na garagem do subsolo da sede do TJCE desde a
manhã de quarta-feira, sendo isolado dos demais. No mesmo dia, à tarde, uma
equipe da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) esteve ali e realizou
exames periciais.
Atentado?
E desde a última quarta-feira
os boatos e especulações sobre o fato dominam as conversas nos corredores,
gabinetes e secretarias do Tribunal. Os funcionários foram proibidos de se
aproximar ou tirar fotos ou fazer filmagens do carro alvejado.
A possibilidade de um
atentado contra o magistrado girou nas conversas sobre o caso, mas nada foi
confirmado a respeito.
O fato veio à tona em meio ao
clima de turbulência que domina o Tribunal de Justiça em virtude de
investigações que estão sendo realizadas pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) sobre as denúncias de venda de liminares nos plantões de fim de semana e
feriados naquela Corte. Pelo menos, quatro desembargadores estariam na mira das
investigações.
No último dia 15 de junho,
a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em vários gabinetes de
desembargadores na sede do TJCE por determinação do Superior Tribunal de
Justiça (STJ). A ação teve por objetivo a busca por provas do escândalo
da venda de liminares (soltura de presos) nos plantões.
No mesmo despacho, o
ministro do STJ, Herman Benjamin, determinou o afastamento preventivo do
desembargador Carlos Feitosa, um dos magistrados investigados sobre
o caso. Ele permanece fora do cargo.
No dia seguinte, a presidente do
TJCE, desembargadora Iracema do Vale, determinou o imediato afastamento do
cargo e transferência para outros setores, de cinco funcionários que prestavam
serviço no gabinete de Carlos Feitosa.
Informações
extra-oficiais dão conta de que no escândalo da venda de habeas corpus nos
plantões estariam envolvidos, além de desembargadores, advogados que atuam na
área Criminal, além de servidores do próprio TJCE. A investigação
compartilhada entre o CNJ e o STJ ocorre sob sigilo.
Fonte: Ceará News 7.













