Os
presidentes da Mitsubishi Brasil, Aiichiro Matsunaga, e da Ford Motor Company
América do Sul, Steven Armstrong – responsável pela montadora no Brasil –, além
do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), Luiz Moan, foram convocados hoje (23) para prestar depoimento na
comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado que investiga um esquema de
venda de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Foram
convocados também o vice-presidente executivo do banco Santander, Marcos
Madureira, e o presidente da Diretoria Executiva do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky
Melzer. De acordo com o autor dos requerimentos, senador José Pimentel (PT-CE),
líder do governo no Congresso, as montadoras, a Anfavea, o Santander e a
empresa de comunicação RBS, conforme as investigações da Polícia Federal e do
Ministério Público Federal, participaram do esquema de manipulação de sentenças
do Carf.
Investigado pela Operação Zelotes, deflagrada em março pela
Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, o Carf julga recursos de
multas impostas a contribuintes pelo Fisco. O órgão está no centro de um
esquema de redução e de cancelamento de multas por meio de pagamento de propina
a conselheiros do órgão, que pode ter provocado prejuízo de pelo menos R$ 5
bilhões, mas cujo valor pode chegar a R$ 19 bilhões.
Também foram convocados hoje cinco ex-conselheiros do órgão:
Adriana Oliveira e Ribeiro, sócia da empresa J.R. Silva Advogados e Associados;
Jorge Victor Rodrigues, Meigan Sack Rodrigues, Jorge Celso Freire da Silva e
Edson Pereira Rodrigues. Como foram convocados, todos serão obrigados a
comparecer à comissão.
A CPI aprovou ainda a convocação de Lutero Fernandes do
Nascimento, assessor do ex-secretário da Receita Federal e ex-presidente do
Carf Otacílio Dantas Cartaxto, um dos alvos da Operação Zelotes. Os senadores
também aprovaram requerimento para ter acesso às últimas cinco declarações do
Imposto de Renda Pessoa Física do ex-conselheiro do Carf Leonardo Manzan.
Durante a Operação Zelotes, a Polícia Federal apreendeu mais
de R$ 1,4 milhão, em espécie, na casa do advogado tributarista. Em depoimento à
CPI, na semana passada, Manzan disse que o montante era oriundo de honorários
advocatícios e foram declarados à Receita.
Fonte: Brasil 247.













