O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, "general" que dá a linha de ação para os principais
movimentos da oposição no País, sinaliza a nova política do PSDB e de seus
aliados a partir de agora. Além de rejeitar o diálogo com o governo da presidente
Dilma Rousseff, ele quer as lideranças oposicionistas nas ruas, a partir de 12
de abril, data dos próximos protestos.
É o que ele aponta no artigo
"Oposição e reconstrução", publicado neste domingo. "As
oposições devem começar a desenhar outro percursos na economia e na política.
Como a crise, além de econômica e social, é de confiabilidade (o governo perdeu
popularidade e credibilidade), começam a surgir vozes por um 'diálogo' entre
oposições e governo", diz ele. "Problema: qual é o limite entre diálogo
político e 'conchavo', ou seja, a busca de uma tábua de salvação para o governo
e os que são acusados de corrupção?", questiona.
FHC defende ainda um modelo de
reforma política, com tetos para os doadores privados, mas pede que a oposição
vá além e compareça às ruas no dia 12 de abril. "Sei que não basta
reformar os partidos e o Código Eleitoral. Mas é um bom começo para a oposição
que, além de ir às ruas para apoiar os movimentos populares, deve assumir sua
parcela de responsabilidade na condução do País para dias melhores",
afirma.
O ex-presidente parece apostar,
ainda, no chamado 'quanto pior, melhor'. "Deste governo há pouco a
esperar, mesmo quando, movido pelas circunstâncias, tenta corrigir os rumos.
Tanto quanto popularidade, falta-lhe credibilidade".
Fonte: Brasil 247.