O papa Francisco pronunciou neste
sábado (21) um de seus discursos mais duros ao afirmar que "a corrupção é
suja", que "uma sociedade corrupta é uma porcaria", e que aquele
que permite a corrupção não é cristão e também "fede". "Quanta
corrupção há no mundo. (...) A corrupção é suja e a sociedade corrupta é uma
porcaria. Um cidadão que deixa que a corrupção o invada não é cristão!",
afirmou.
O pontífice argentino realizou
estas declarações durante um discurso em Scampia, um dos bairros da periferia
norte de Nápoles (sul da Itália) que tradicionalmente esteve vinculado à máfia
local, a Camorra. O bispo de Roma aproveitou a ocasião para se dirigir aos
milhares de napolitanos que foram até a praça de João Paulo II para escutá-lo
para incetivá-los a lutar contra o mal e a ter o valor e a coragem de ir pelo
caminho do bem.
"Espero que tenham a coragem
de seguir adiante com alegria, de levar esperança, de ir pelo caminho do bem e
não pela do mal. (...) De ir adiante limpando a própria alma, a alma da cidade
e da sociedade para que não exista esse cheiro putrefato que tem a
corrupção", ressaltou com firmeza.
Crianças
Rodeado de dezenas de crianças
que cantavam seu nome e que interromperam em algumas ocasiões seu discurso,
Francisco descreveu Nápoles como uma cidade na qual "se tentou criar uma
"terra de ninguém", um "território em mãos da chamada
micro-violência". Além disso, o papa destacou da cidade sulina sua
"longa história, atravessada por desafios complexos e dramáticos" e
reconheceu que o dia a dia está cheio de dificuldades e de "duras
provas".
Esperança
Complicações que, porém, podem
contribuir para criar "uma cultura de vida que ajuda a se levantar após
cada queda, que ajuda a conseguir de alguma maneira que o mal não tenha a
última palavra". O máximo representante da Igreja Católica insistiu na
importância de que os fiéis mantenham a esperança para não permitir que
"quem voluntariamente" tome "o caminho do mal roube um pedaço de
esperança de si e dos demais".
Paralelamente, o papa Francisco
insistiu na importância de dividir uma boa educação para formar, assim, a
jovens e ensiná-los que sigam o caminho do bem e se afastem das práticas
delitivas que podem levar ao mal.
"A educação é o caminho justo porque previne e
ajuda a ir para frente", assinalou.
Fonte: Sobral em Revista.