O jornal O Globo, dos irmãos
Marinho, decidiu pegar carona na Operação Lava Jato para defender uma antiga
bandeira do governo dos Estados Unidos: a abertura do mercado brasileiro de
engenharia a empresas internacionais.
Reportagem publicada neste
domingo no jornal, com destaque na primeira página, afirma que a abertura às
empreiteiras internacionais será "inevitável".
"Enquanto nos maiores
setores da economia brasileira — bancos, telefonia, varejo, mineração e
agricultura — há atores internacionais, na construção as empresas estrangeiras
têm uma atuação marginal, e os negócios estão concentrados nas grandes
empreiteiras locais", diz o texto.
De acordo com o ranking do
setor, entre as 25 maiores construtoras do Brasil em 2013, apenas a vigésima, a
Hochtief do Brasil, que é alemã, tem participação relevante de acionistas
estrangeiros.
Empresas inidôneas
Um dos fatores que poderia
acelerar a abertura do mercado brasileiro seria uma eventual declaração de
inidoneidade das empreiteiras brasileiras. Como a Lava Jato atinge praticamente
todas as construtoras nacionais, como Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Camargo
Corrêa, além de Mendes Júnior, UTC e Engevix, uma solução radical poderia
inabilitar o trabalho de praticamente todas as empreiteiras com órgãos públicos.
A reportagem do Globo traz
apenas fontes "em off", que defendem a abertura do setor. "A
crise da Lava-Jato vai obrigar o mercado a estruturar novos empreendedores com
participação estrangeira fora desse estreito mundo das grandes
construtoras", diz uma delas. "O
sentimento geral é que o governo quer mais estrangeiros, mas essa concentração
no setor de construção é característica em muitos lugares do mundo e de
rompimento gradual".
O Globo cita, ainda, um caminho
para facilitar o ingresso de gigantes internacionais no País. "Uma das
estratégias do governo para abrir o mercado da construção, se a Lava-Jato
tornar as grandes empreiteiras locais inidôneas, seria aproximar as estrangeiras
das empresas médias brasileiras, a fim de dar a estas mais fôlego financeiro."
Fonte:
Brasil
247.













