O pior cego, diz o provérbio, é
aquele que não quer ver. Este parece ser o caso da revista Veja, carro-chefe da
Editora Abril, empresa que, no dia das eleições presidenciais, viveu o maior
vexame da história da imprensa brasileira, ao ser condenada a publicar um
direito de resposta em favor de uma candidatura (a da presidente Dilma
Rousseff) por tentar golpear a democracia brasileira com sua tentativa de
manipular as intenções de voto na notória capa "eles sabiam de tudo".
Isolada em seu fanatismo
anti-Dilma, anti-PT e, muitas vezes, até anti-Brasil, Veja dedica sua capa
desta semana à suposta "solidão da vitória" da presidente reeleita.
De acordo com a revista, Dilma venceu, mas sem saber exatamente "por
que" e "para quê".
Se os fatos não corroboram a
tese da revista, danem-se os fatos. Nesta semana que passou, a primeira após as
férias de Dilma na base naval de Aratu, na Bahia, o ritmo foi frenético no
Palácio do Planalto e no Alvorada.
Dos encontros mais importantes,
destacam-se as idas do governador cearense Cid Gomes e do ex-prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab. Ambos estão empenhados em reforçar a governabilidade do
segundo governo Dilma. Cid articula uma nova frente de esquerda, com
parlamentares que viriam do Pros, seu partido, do PDT e do PSB, enquanto Kassab
está prestes a recriar o Partido Liberal, que será fundido com seu PSD. Cada um
deles espera arregimentar cerca de 70 parlamentares.
Dilma também recebeu
governadores eleitos, como Fernando Pimentel, de Minas, Rui Costa, da Bahia,
Wellington Dias, do Piauí, e Luiz Fernando Pezão, que foram empenhar apoio.
Outro que foi a Brasília foi o prefeito do Rio, Eduardo Paes, interessado na
parceria para a boa organização dos Jogos Olímpicos de 2016. Além disso, Dilma
iniciou conversas com o governador tucano Geraldo Alckmin, para enfrentar a
crise de abastecimento de água em São Paulo.
O que não faltou, portanto, foi
diálogo nesses primeiros dias pós-reeleição. Assim como também foram emitidos
sinais na economia, com o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, do
Banco Central, de 3% na gasolina e a promessa de maior rigor fiscal. Tais
medidas, que representam um ajuste brando e suave na economia, ao contrário de
uma freada brusca, demonstram que Dilma foi fiel ao discurso de campanha. No
entanto, Veja aponta um suposto "estelionato eleitoral" em altas –
repita-se – de 3% na gasolina e 0,25 ponto percentual na taxa Selic.
Para coroar, o editorialista
José Roberto Guzzo, membro do conselho editorial da Abril, afirma que Dilma
gostaria que os 51 milhões de eleitores de Aécio simplesmente desaparecessem do
mapa. Será que ela tem algum plano de extermínio em massa ou Veja é que
continuará cega diante da realidade e isolada em seu fanatismo?
Fonte:
Brasil
247.













