Os
EUA começaram a bombardear alvos na Síria, em conjunto com a sua linda e
inspiradora aliança com cinco regimes: Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes
Unidos, Catar e Jordânia.
Isso significa que a Síria se torna o sétimo país
predominantemente muçulmano bombardeado pelo Nobel da Paz Barack Obama — depois
de Afeganistão, Paquistão, Iêmen, Somália, Líbia e Iraque.
A total falta de interesse na possível autoridade legal de
Obama para atacar a Síria significa o seguinte: impérios bombardeiam quem
querem, quando querem, por qualquer razão (aliás, Obama bombardeou a Líbia
mesmo depois que o Congresso explicitamente votou contra a autorização para
usar a força, e muito poucas pessoas parecem se importar com esse ato
desprezível de ilegalidade; restrições constitucionais não servem para
guerreiros e imperadores).
Pouco mais de um ano atrás, altos funcionários de Obama
estavam insistindo que um ataque a Assad era um imperativo moral e estratégico.
Em vez disso, Obama está agora bombardeando os inimigos de Assad, enquanto
educadamente informa o amigo de seus objetivos com antecedência. Parece
irrelevante contra quem os EUA estejam em guerra; o que importa é estar em
guerra, sempre e para sempre.
Seis semanas de bombardeio no Iraque não destruíram o Estado
Islâmico, mas levaram o recrutamento a subir. Isso tudo é previsível: os
EUA sabem há anos que o que alimenta e fortalece o sentimento anti-americano
(e, portanto, o extremismo anti-americano) é exatamente o que eles continuam
fazendo: agredir a região.
Se você sabe disso, então eles sabem disso. Criar
continuamente inimigos é uma intenção, não um efeito colateral. É o que
justifica a lubrificação contínua da máquina rentável e poderosa da Guerra Sem
Fim.
Se existe alguém que realmente acredita que o ponto de tudo isso
é uma cruzada moral para aniquilar os malfeitores do Estado Islâmico (enquanto
os EUA lutam ao lado de seus amigos da Arábia Saudita), leia a explicação do
professor hoje As’ad Abukhalil de como a Síria é uma guerra por procuração.
Como demonstra a “intervenção” desastrosa na Líbia, os EUA não bombardeiam
países por causa de objetivos humanitários. O humanitarismo é a desculpa, e não
o fim.
Fonte:
Diário
do Centro do Mundo.