O debate entre candidatos ao
Governo do Ceará desta sexta-feira (26) foi marcado por falta de confronto
entre líderes das pesquisas. O evento, exibido pela Nordestv (canal 27),
aconteceu pela primeira vez fora de Fortaleza. A cidade escolhida foi Sobral, sede
da emissora.
Evitando confronto direto, Camilo
Santana (PT), apoiado pelo governador Cid Gomes (Pros), e Eunício Oliveira
(PMDB) passaram dois blocos sem se falar diretamente. Apenas no terceiro bloco,
de tema livre, Eunício questionou o petista sobre a violência e saúde pública.
A resposta fugiu do tema e abordou as obras planejadas para o combate à seca.
Na réplica e tréplica, o tema sobre violência voltou a ser abordado, mas sem
profundidade.
Com cinco blocos, o debate
envolveu quatro temas: segurança, saúde pública, seca e educação.
Eliane Novais (PSB) foi sorteada para iniciar as perguntas em todos os blocos.
A partir daí, o quadro seguinte também passou a se repetir: Eliane perguntava a
Camilo, que perguntava a Ailton Lopes (Psol), que perguntava a Eunício, que
perguntava a Eliane. Apenas no terceiro bloco houve a mudança.
Com o debate cheio de promessas
de cada candidato, o único momento de tensão criado foi quando Eliane apontou a
existência de nove processos de improbidade administrativa envolvendo o nome de
Camilo. Além disso, ela ainda enfatizou a polêmica do “escândalo dos
banheiros”, em que o petista foi citado judicialmente.
Camilo pediu direito de resposta,
que foi concedido. Ele explicou que foi apenas citado, e que não foi processado
como réu. “Tenho todos os documentos aqui”. Além disso, declarou que os réus do
processo envolviam Teo Menezes e seu pai. Também enfatizou que o caso aconteceu
em junho de 2010, e que ele assumiu a Secretaria de Cidades somente em janeiro
de 2011.
Segurança e saúde
No primeiro bloco, Eliane
questionou Camilo sobre o “fracasso na política de segurança pública” do
governo de Cid Gomes. Camilo defendeu a última gestão, enfatizando que houve
redução de 15% da criminalidade durante este ano. Ele também ressaltou que
investiria na polícia, e que também pretende criar escolas integrais para
combater a possível causa do problema da violência.
Para Ailton, o petista indagou a
questão de ações de urgência e emergência no interior do estado. O candidato do
Psol, ao responder, acusou a Unidade Pronto de Atendimento (UPA) de ser uma
promessa falaciosa e que o governo havia terceirizado a saúde pública,
esquecendo de investir em atenção primária.
A pergunta para Eunício foi sobre
segurança. Ailton ainda ressaltou que o candidato apoiava o governo de Cid até
abril deste ano. O peemedebista, como resposta, utilizou a proposta das escolas
integrais, que é semelhante a de Camilo.
Questionada sobre a saúde
pública, Eliane ressaltou que não há concurso público há oito anos e criticou a
atual gestão estadual.
Seca e educação
No segundo bloco, as perguntas
foram sobre educação. Camilo aproveitou para ressaltar o trabalho da vice de
sua chapa, Izolda Cela, elogiando seu desempenho e destacando os avanços que
foram pautas nacionais.
Eunício explicou suas propostas e
declarou que iria proporcionar escola de tempo integral para 200 mil alunos,
além de abrir um diálogo maior com a sociedade. Já Eliane criticou novamente o
governo, afirmando que não há cumprimento dos acordos, além de destacar as
greves diversas da Universidade Estadual do Ceará (Uece), e a manifestação de
professores que acabou em agressão na Assembleia Legislativa.
Somente Ailton abordou na
resposta o tema da seca, destacando uma democratização dos comitês de bacias.
Ele afirmou que há bastante água para indústrias, como a termelétrica do
estado, mas não para agricultores familiares.
Temas livres
Durante os temas livres, Ailton
foi incisivo com os candidatos e chegou a cobrar de Camilo um confronto direto
com Eunício. Diversos temas foram abordados, desde o escândalo da Petrobras à
Lei da Anistia. Durante as respostas, candidatos trocaram farpas e ressaltaram
suas principais propostas.
Fonte: Tribuna do Ceará.













