A
Organização das Nações Unidas vê o Brasil como modelo na questão do
desmatamento. Um relatório feito pela Union of Concerned Scientists (UCS), com
sede nos EUA, e divulgado nesta quinta-feira pela ONU, traz um capítulo
mostrando os brasileiros como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e
das emissões de gases de efeito estufa.
A análise derruba a tese de
"retrocesso ambiental" pregada pela pré-candidata a vice Marina
Silva, ex-ministra do Meio Ambiente. Ex-líder do Partido Verde, Marina sempre
criticou as práticas ambientais do País. Hoje mesmo, quando se comemora o Dia
Mundial do Meio Ambiente, ela convoca, junto com o presidenciável Eduardo
Campos, seu parceiro de chapa, um "tuitaço contra o retrocesso
ambiental" (leia mais aqui).
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o relatório:
Brasil é principal exemplo de
sucesso na redução do desmatamento, aponta ONU.
Danilo Macedo – Um relatório divulgado hoje (5) na reunião da
Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, destacou o
Brasil como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e das emissões de
gases de efeito estufa. Produzido pela Union of Concerned Scientists (UCS), com
sede nos Estados Unidos, o documento intitulado "Histórias de sucesso no
âmbito do desmatamento: nações tropicais onde as políticas de proteção e
reflorestamento deram resultado" traz um capítulo dedicado ao Brasil, apresentado
como o país que fez as maiores reduções no desmatamento e nas emissões em todo
o mundo.
Outros 16 países da África, América Latina e Ásia também são
citados como exemplos de sucesso na proteção às florestas. O relatório indica
que o governo brasileiro reduziu o desmatamento na Amazônia, a maior floresta
tropical do mundo, por meio da criação de áreas de proteção ambiental a partir
da segunda metade da década de 1990, com grande intensificação neste século, e
as moratórias acordadas com empresas privadas sobre a compra de soja e carne de
áreas desmatadas. "As mudanças na Amazônia brasileira na década passada e
a sua contribuição para atrasar o aquecimento global não têm precedentes",
diz o documento.
De acordo com o principal autor do trabalho, Doug Boucher, o
caso brasileiro mostra que o desenvolvimento econômico não é prejudicado pela
redução do desmatamento. "Por exemplo, as indústrias de soja e de carne
bovina no Brasil prosperaram apesar das moratórias evitando o
desmatamento". O relatório avalia que a derrubada da floresta, "vista
no século 20 como algo necessário para o desenvolvimento e uma reflexão do
direito do Brasil de controlar seu território, passou a ser vista como uma
destruição de recursos devastadora e exploradora daquilo que constituía o
patrimônio de todos os brasileiros".
O estudo destaca o papel desempenhado pelas reservas
indígenas na conservação da floresta amazônica, iniciativas estaduais e a ação
de promotores públicos, "um braço independente do governo, separado do
poder executivo e legislativo, e com poderes para processar os responsáveis
pela violação da lei". Também é citado o apoio internacional, como o
acordo celebrado com a Noruega, que já repassou US$ 670 milhões em compensação
pelas reduções das emissões. O documento é considerado de natureza não apenas
financeira, mas também política e simbólica, mostrando o compromisso em apoiar
os esforços dos países tropicais.
Em relação ao futuro, no entanto, o relatório informa que
duas mudanças em 2013 levantaram dúvidas sobre a continuidade do sucesso do
país na área climática: as emendas ao Código Florestal Brasileiro que anistiam
desmatamentos anteriores e o aumento de 28% na taxa de desmatamento entre
2012-2013 na comparação com o período 2011-2012. A avaliação do documento é que
ainda é muito cedo para prever se este crescimento será uma tendência, mas
ressalta que, embora o desmatamento tenha aumentado 28% no ano passado, em
relação a 2012, ele foi 9% menor ao registrado em 2011 e 70% inferior à media
entre 1996 e 2005.
"O Brasil inscreveu seu plano para reduzir o
desmatamento em 80% em 2020 na lei nacional, mas para que haja um progresso
continuado será necessário redobrar os esforços para reduzir as emissões"
afirma o documento. "Nesse meio tempo, a redução do desmatamento da
Amazônia já trouxe uma grande contribuição no combate à mudança climática, mais
do que qualquer outro país na Terra", finaliza.
Fonte: Brasil 247.













