Duas acusações sobre negócios realizados na gestão de José Sergio
Gabrielli, na Petrobras, serão investigadas pela Polícia Federal. Uma delas diz
respeito à suspeita de que funcionários da estatal receberam vantagens da
empresa holandesa SBM Offshore para arrendar plataformas. Outra é referente à
polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Os inquéritos da PF,
subordinada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foram abertos nesta semana.
Com estas iniciativas, o
governo mostra não estar na defensiva, no momento em que o Congresso Nacional
pressiona a estatal com diversos pedidos de investigações sobre contratos na
área internacional. Ontem, reportagem do 247 apontou que tais investigações
poderiam até contribuir para a imagem da presidente Graça Foster, que tem
tentado rever negócios malfeitos na empresa, como um contrato de US$ 820
milhões com a Odebrecht, que foi reduzido pela metade (leia mais aqui).
Sobre a denúncia relacionada ao
grupo holandês, a própria Petrobras enviou executivos a Amsterdam para levantar
informações a respeito. Em
fevereiro, a estatal anunciou que ia "tomar providências cabíveis"
para "averiguar a veracidade" de denúncia feita por um autointitulado
ex-funcionário do grupo holandês SBM Offshore, de quem aluga pelo menos oito
plataformas marítimas, duas em construção.
Em publicação no site Wikipedia
em outubro de 2013, o homem, cujo nome não é revelado, relata detalhes sobre
suposto esquema de suborno pago à estatal brasileira e outras firmas de mais
oito países.
Segundo ele, a SBM destinou em
propinas cerca de US$ 139 milhões entre 2006 e 2011, período em que a principal
petroleira do Brasil era presidida por José Sérgio Gabrielli.
A PF instaurou também nesta
semana um segundo inquérito, para apurar a compra de uma refinaria em Pasadena,
no Texas (EUA).
A transação é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e
pelo Ministério Público Federal (MPF), por suspeitas de corrupção e de um
prejuízo bilionário causado aos cofres da estatal.
Em sua defesa, o atual
secretário de planejamento do governo da Bahia sustenta que a aquisição de
Pasadena teria sido "um negócio de refino igual aos outros na sua
época". Denúncias veiculadas pela imprensa apontam que o preço pelo qual a
refinaria foi adquirida, US$1,8 bilhão, era dez vezes maior do que o valor de
mercado.
Fonte: Brasil 247.