Entidade deixa ranking de lado e diminui chance de
grupo com três campeões.
A chance de formação de um
"supergrupo da morte" no sorteio da Copa do Mundo de 2014, na
sexta-feira, na Costa do Sauípe, diminuiu - mas, ao mesmo tempo, o procedimento
de montagem das chaves ficou mais complicado. Ao anunciar as regras do sorteio,
na tarde desta terça-feira, na Bahia, a Fifa deixou transparecer sua
preocupação com a posição da seleção da França - que, se as expectativas
gerais fossem confirmadas, seria a única equipe europeia fora do pote reservado
aos times do continente. Por ter a pior colocação no ranking de outubro, mês
adotado como referência para separar as seleções nos potes do sorteio, a França
- país onde a Fifa foi fundada - tinha tudo para ser encaixada ao lado de
africanos e sul-americanos. Se fosse assim, haveria 25% de
chance de a seleção campeã de 1998 cair no grupo do Brasil. A
Fifa, porém, resolveu preservar os franceses, misturando todos os europeus num
mesmo pote e incluindo duas etapas adicionais no procedimento de sexta. A
mudança reduz o risco de a França cair no mesmo grupo do Brasil, mas também
abriu as portas para que outras equipes poderosas, como Itália, Inglaterra e
Holanda, ocupem esse lugar.
De acordo com o
secretário-geral Jérôme Valcke, que será o responsável por conduzir a
cerimônia, os nove europeus que estão fora do pote dos cabeças-de-chave -
Bósnia-Herzegovina, Croácia, Inglaterra, França, Grécia, Itália, Holanda,
Portugal e Rússia - serão submetidos a uma primeira rodada de sorteio, em que
qualquer uma das equipes pode ser removida do pote 4, destinado ao continente.
Quando esse time for selecionado, a etapa seguinte será colocar a
nona seleção europeia num dos grupos encabeçados pelos sul-americanos
(Brasil, Argentina, Colômbia e Uruguai). Só depois disso será iniciada a
distribuição das demais bolinhas nas outras chaves. "Não é fácil entender
logo de cara. Eu também tive dificuldade para compreender no início",
reconheceu Valcke ao comentar o procedimento. Consultado sobre o motivo da
mudança, que ignorou o ranking e pode colocar alguma seleção mais bem colocada
numa situação espinhosa, Valcke, que é francês, passou a palavra ao presidente
da Fifa, Joseph Blatter. O suíço não gostou do questionamento e respondeu de
forma breve e seca: "Foi uma decisão tomada pelo comitê organizador".
Fonte: Veja.