Os audiolivros e os
livro falados são portas abertas à literatura para as pessoas com deficiência
visual. Na Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC), voluntários gravam os
livros usados pelas pessoas assistidas
Ser ponte entre a vontade de saber e o conhecimento que pulsa nos livros
é construir caminhos de aprendizado e troca de experiências enriquecedoras.
Muitos são aqueles que se movem para se transformar em pontes entre pessoas com
deficiência visual e os livros.
Nesta semana, a necessidade de voluntários para o setor de livro falado
na Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC) promoveu uma movimentação de
curtidas, compartilhamentos e comentários nas redes sociais.
Com a animação do mundo virtual, os telefones da SAC congestionaram, e
as 11 vagas foram rapidamente preenchidas, garantindo mais livros falados e
conhecimento partilhado para as pessoas que usam o acervo da instituição para
ter acesso aos livros didáticos e à literatura em geral. Além do serviço de
gravação realizado no local, materiais recebidos de outras instituições também
formam o acervo da biblioteca do SAC, definida pelo professor Paulo Roberto
Cândido, coordenador do laboratório de informática do Instituto, como muito
atuante e procurada.
Audiolivros
O encanto de partilhar palavras também está
presente nas salas e estúdio de rádio da Faculdade 7 de Setembro (FA7). O
projeto Audiolivro envolve alunos desde 2008 na jornada de transformar o
mergulho que a leitura proporciona em uma experiência enriquecedora quando o
mesmo enredo chega por meio de um CD.
O vasto material produzido durante esses anos foi distribuído para 25
parceiros no Ceará e outros estados, chegando a pessoas com deficiência visual
e em alfabetização, crianças e interessados em literatura. Autores como Clarice
Lispector, Airton Monte e livros infantis já foram gravados pelo projeto.
Neste semestre, o foco do projeto são as mulheres cearenses. Foram
escolhidos 14 textos de autoras como Tércia Montenegro, Joice Nunes, Fernanda
Meireles e Mariana Marques, além de alunas da faculdade. O lançamento desse
audiolivro está previsto para novembro. A edição da interpretação dos textos
inclui efeitos e trilhas que permitem o envolvimento e a sensação de tudo o que
está sendo ouvido, explica a monitora do projeto, Elrica Olinda.
Ana Paula Rabelo, professora da FA7 responsável pelo projeto, ressalta a
parte lúdica que a interpretação dos textos oferece nos audiolivros. “A chuva
não é só uma gota no telhado, tem que ser um terremoto no coração”, explica ao
comentar a sensação de ouvir o que todo livro conta aos seus leitores e, nesse
caso, ouvintes.
A aluna de Publicidade da faculdade, Priscila Rodrigues, explica que a
intenção é levar a literatura às pessoas e divulgar autores, como as cearenses
do projeto em andamento.
Wallison Santos é aluno do 1º semestre de Jornalismo da FA7 e tem a
experiência de quem sabe bem da importância dos audiolivros como ferramenta de
conhecimento e acesso à cultura. Ele foi aluno do Instituo Hélio Goés, mantido
pela SAC, durante cinco anos, pois tem uma deficiência visual. “Eu peguei
vários livros lá e sabia como esse projeto é importante”, disse, ressaltando
que, apesar do bom acervo, mais livros são sempre necessários.
Serviço
Sociedade de Assistência aos Cegos
Endereço: Avenida Bezerra de Menezes, 892 - São
Gerardo.
Telefone: 3206 6800