Líder máximo da facção, condenado pelos ataques de
2006, ainda se orgulha de ter abolido o crack nas cadeias paulistas.
Ninguém importante no crime
organizado de São Paulo escapou das interceptações telefônicas feita pelo
Ministério Público Estadual. Nem mesmo Marco Willians Herbas Camacho, o
Marcola. Conhecido por sua aversão a falar no telefone celular, o chefão do
Primeiro Comando da Capital (PCC) foi flagrado duas vezes pela equipe de
policiais militares que trabalhavam para os promotores.
O homem condenado
pelos ataques à polícia em 2006 e pelo assassinato em março de 2003 do juiz
Antonio José Machado Dias, da Vara de Execuções Penais de Presidente Prudente,
orgulha-se de ter abolido o crack das cadeias de São Paulo. "Nós paramos,
na prisão ninguém usa", diz o chefe para um dos subordinados, identificado
pelo apelido de Magrelo.
A conversa entre os
dois ocorreu em 2 de março de 2011, às 21h12. Marcola estava na Penitenciária 2
de Presidente Venceslau. Mas não é só de sua ação na cadeia que o bandido se
vangloria. Ele afirma que "hoje pra matar alguém é a maior
burocracia", referindo-se às normas impostas pela facção. Por elas, quando
um bandido tem alguma queixa contra outro deve se dirigir a um tribunal do PCC.
Neles, o faltoso pode ser desde repreendido até morto. Mas a sentença de morte
tem de ser referendada pelo "comando".
"Então quer
dizer, os homicídios caíram não sei quantos por cento e aí eu vejo o governador
chegar lá e falar que foi ele." Em outra conversa no mesmo dia, Marcola
diz para Marcio Alarido Esteves, o Turim, que é necessário contratar um
advogado por R$ 100 mil para defender a facção.
Fonte: Estadão.com