Brasil
247 - Monitorados pelos Estados Unidos, de acordo com
revelações dos documentos de Edward Snowden, líderes dos dois países, a
presidente Dilma Rousseff e a chanceler Angela Merkel estão preparando uma
resolução para a Assembleia-Geral da ONU que vai exigir o fim da espionagem
excessiva e da invasão de privacidade; "Esta resolução provavelmente
terá um enorme apoio na Assembleia-Geral, uma vez que ninguém gosta que a NSA
os espione", declarou um diplomata ocidental da ONU à agência Reuters, sob
condição de anonimato.
NAÇÕES UNIDAS, 26 Out (Reuters) - Brasil e Alemanha estão preparando
uma resolução para a Assembleia-Geral da ONU que vai exigir o fim da espionagem
excessiva e da invasão de privacidade, depois que um ex-prestador de serviços
da agência de inteligência dos Estados Unidas revelou grandes programas de
vigilância internacionais, disseram diplomatas da ONU na sexta-feira.
A presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela
Merkel, condenaram a espionagem generalizada feita pela Agência de Segurança
Nacional (NSA) dos EUA.
Acusações de que a NSA acessou dezenas de
milhares de registros telefônicos franceses e monitorou o celular de Merkel têm
causado indignação na Europa. A Alemanha disse na sexta-feira que vai enviar
seus chefes de inteligência para Washington na próxima semana para buscar
explicações da Casa Branca.
Em resposta às divulgações sobre a espionagem
dos EUA, muitos delas vindas do ex-técnico da NSA Edward Snowden, as delegações
de Brasil e Alemanha na ONU começaram a trabalhar em um projeto de resolução
para ser submetido à Assembleia-Geral, de 193 países, afirmaram vários
diplomatas da ONU à Reuters.
"Esta resolução provavelmente terá um
enorme apoio na AG (Assembleia-Geral), uma vez que ninguém gosta que a NSA os
espione", declarou um diplomata ocidental da ONU, sob condição de
anonimato.
Resoluções da Assembleia-Geral não são
vinculantes, ao contrário de resoluções do Conselho de Segurança, de 15 nações.
Mas as resoluções da Assembleia que conseguem um amplo apoio internacional
podem ganhar peso moral e político significativo.
Merkel pediu na quinta-feira que Washington
faça um acordo de "não-espionagem" com Berlim e Paris até o final do
ano, acrescentando que queria ação do presidente Barack Obama, não apenas
pedidos de desculpas.
No mês passado, Dilma usou sua posição como
primeira líder mundial a discursar na reunião anual da Assembleia-Geral para
acusar os Estados Unidos de violar os direitos humanos e o direito
internacional através de espionagem, que incluiria espionagem em seu e-mail.
Dilma também manifestou o seu desagrado ao
adiar uma visita de Estado aos Estados Unidos, agendada para este mês, após
relatos de que a NSA tinha espionado comunicações e empresas brasileiras.
(Por Louis Charbonneau, com reportagem adicional de Michelle
Nichols)
Fonte: Brasil 247.