O coronel da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi disse ao Estado que o
vandalismo é o maior inimigo dos protestos. "As pessoas que participam de
manifestações devem entender que a polícia sempre estará presente. E elas devem
ver a polícia como parceira."
O que houve de
errado? O que deve mudar?
O direito de se manifestar será sempre garantido pela polícia. Mas
permitir que as manifestações ocorram de forma livre não depende apenas da
polícia. Os manifestantes precisam ter responsabilidade e se separarem dos
criminosos. E nos ajudar a identificá-los. O silêncio dos bons é muito pior do
que o ruído dos ruins. Neste ano, já atuamos em 200 manifestações. Tenho
certeza de que é a minoria de pessoas que está disposta ao vandalismo. Há os
que não querem negociação. Atacam a PM porque é o Estado ali. É o Big Brother
deles, a hora de aparecer.
As punições
precisam ser diferentes?
É a sociedade que tem de discutir isso. Quem é preso sistematicamente
nesses atos poderia ter de se apresentar na delegacia nos dias de protesto
(como ocorre com integrantes de torcidas organizadas).
Por que o senhor
estava naquele ponto onde foi agredido?
O comando da operação não era meu, mas costumo acompanhar os atos a
distância para fazer a análise crítica depois (para corrigir erros de
planejamento). Segui o ato todo. Estava na Praça da Sé, onde ele deveria
terminar, mas o MPL achou por bem terminar no Parque D. Pedro. Seguia para lá
quando eu e meu motorista, que foi um herói, vimos um grupo destruindo pontos
de ônibus e os detivemos. Nisso, os criminosos que já fugiam do terminal nos
cercaram. Mas é importante dizer que não foi um coronel que foi agredido. Foi
um policial fardado. Fui só mais um policial ferido. Neste ano, só na minha
região, 70 policiais já ficaram feridos trabalhando em manifestações. Alguns
deles ainda estão convalescendo.
O senhor viu o
vídeo com as cenas da sua agressão?
Vi algumas partes, mas penso que o que passou, passou. Ser policial é
sempre correr riscos.
Fonte:
MSN
Estadão.