Documento de inteligência diz que regime de
Bashar Assad deixou ao menos 1.429 sírios mortos em 21 de agosto.
Os
EUA publicaram nesta sexta-feira um relatório de inteligência de quatro páginas como base de sua
acusação de que o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, lançou um ataque químico em 21 de agosto. Segundo os EUA, o ataque
deixou ao menos 1.429 mortos , número bem maior do que estimativas iniciais.
Segundo o
secretário de Estado americano, John Kerry, "uma autoridade graduada do
regime que sabia do ataque confirmou que armas químicas foram usadas pelo
regime, reavaliou o impacto e na verdade ficou com medo de que fossem
descobertos". Depois acrescentou, dando ênfase: "Sabemos disso."
Consciente
da opinião público contrária ao envolvimento americano em mais um conflito no
Oriente Médio, Kerry disse que a situação atual não é similar à do Iraque,
quando afirmações do governo de George W. Bush (2001-2009) de que o país tinha
armas de destruição em massa provaram ser falsas. A invasão dos EUA em 2003 se transformou em uma guerra
longa e mortal. "Não repetiremos aquilo", garantiu.
O governo do
presidente sírio, Bashar al-Assad, rejeita a acusação e culpa os rebeldes que tentam depô-lo
pelo suposto ataque.
O iminente
confronto é a mais recente evolução de uma guerra civil em que Assad de forma
tenaz e brutal se agarrou ao poder. De acordo com a ONU, o conflito de mais de
dois anos e meio deixou mais de 100 mil mortos , muitos deles como resultado de
ataques do governo sírio contra seus próprios cidadãos.
O governo americano afirma que as informações de seu relatório
de inteligência são confirmadas por relatos de funcionários médicos, de
testemunhas e jornalistas, além de vídeos e milhares de relatos pela mídia
social.
- Ataque
deixou ao menos 1.429 mortos, incluindo 426 crianças. O documento não explica o
inesperado número alto, bem maior do que uma estimativa feita pelos Médicos Sem
Fronteiras, que apontou 355 mortos .
- Cerca
de 3,6 mil pacientes "com sintomas consistentes com a exposição a agentes
que afetam o sistema nervoso" foram atendidos em hospitais na área de
Damasco depois do ataque. Número é consistente com o dos Médicos Sem
Fronteiras.
- Informações
de inteligência, incluindo geoespacial, indicam que autoridades do programa
químico da Síria prepararam munições três dias antes do ataque. Os oficiais
"operaram em Adra entre 18 de agosto até a manhã do dia 21 perto de uma
área que o regime usa para misturar armas químicas, incluindo sarin".
- A
possibilidade de que o ataque tenha sido executado por opositores do regime é
"altamente improvável". Não há indicações de que a oposição tenha
alguma vez lançado um ataque em larga escala, coordenado com foguetes e
artilharia, como o que foi perpetrado no dia 21.
- Detecções por satélite corroboram que ataques lançados com
foguete e fogo de artilharia de uma área controlada pelo regime atingiram os
bairros alegadamente afetados por armas químicas, incluindo Kafr Batna, Jawbar,
‘Ayn Tarma, Darayya, e Mu’addamiyah. Detecção de foguetes aconteceu
aproximadamente 90 minutos antes de o primeiro relato de ataque químico
aparecer em uma mídia social.
- O regime sírio mantém um estoque de vários agentes químicos,
incluindo gás mostarda, sarin e VX e tem milhares de munições que podem ser
usadas para lançar esses agentes em um ataque.
Fonte: IG último segundo.