
O presidente da Confederação Brasileira de
Futebol, José Maria Marin, culpou os clubes pela maior parte dos problemas
estruturais que eles enfrentam. As declarações foram dadas nesta sexta-feira,
no Fórum Nacional do Esporte, em São Paulo.
O zagueiro corintiano Paulo André,
presente em um dos debates, usou o próprio exemplo para cobrar do dirigente
melhorias no futebol brasileiro. O defensor citou o período em que atuou pelo
Águas de Lindoia-SP, entre 2002 e 2003, então na sexta divisão paulista: “A
estrutura era precária, e eu ganhava R$ 180 por mês".
Marin, por sua vez, rebateu,
mencionando principalmente os empecilhos logísticos de supervisionar todos os
clubes nacionais. Antes ele já havia citado “a grandeza territorial do Brasil”
e afirmado “que não podemos conduzir o futebol tendo a Europa como exemplo”.
“Essa melhora depende muito mais
dos clubes do que da CBF. Nós cumprimos o nosso papel de dar o maior apoio
possível às federações e aos clubes filiados. Todas as vezes que eles nos pedem
ajuda, examinamos o pedido com a maior atenção. Se estiver dentro das normas
estatutárias, nós atendemos. Existem clubes que dão atenção às suas equipes de
base. O São Paulo revelou grandes jogadores em Cotia. O Guarani, antigamente,
revelava grandes atletas. Para a CBF é muito difícil fazer esse acompanhamento
no Brasil todo”, garantiu. Ele mencionou ainda Kazuyoshi Miura, atacante
japonês de 46 anos que se destacou no XV de Jaú na década de 80 e disputou a
Copa do Mundo de Futsal em 2012.
Uma maneira encontrada por Marin
para negar a omissão da CBF não é omissa foi citar a Série D do Campeonato
Brasileiro. Na visão do dirigente, os subsídios fornecidos pela entidade geram
uma renda que fomenta não só os clubes, mas a economia local.
“Ao subsidiar a Série D, você
cria uma série de oportunidades. No mínimo vamos ter 40 técnicos, 40
preparadores técnicos. Você multiplica isso por um plantel de pelo menos 15
jogadores. Damos oportunidades muito grandes. Acho que não existe no mundo
inteiro uma divisão subsidiada para 40 equipes. Damos oportunidades para o
massagista, o dono do hotel, o fabricante de bola”, afirmou.
Em 2012, a CBF teve uma
receita de R$ 360 milhões e um lucro R$ 55,2 milhões. O balanço financeiro
divulgado pela entidade em abril aponta ainda reservas financeiras de R$ 102,6
milhões. A entidade vem sendo envolvida em diversas denúncias de corrupção
desde a gestão de Ricardo Teixeira, que durou entre 1989 e 2012.
Fonte: Super
Esportes.