Pesquisador comprovou
a conjectura fraca de Goldbach, considerada um dos problemas matemáticos mais
difíceis da história.
O matemático peruano Harald
Andrés Helfgott conseguiu demonstrar a conjectura fraca de Goldbach, um
problema da teoria dos números que ninguém havia conseguido resolver desde que
foi proposta, em 1742. O responsável pela façanha tem 35 anos e vive em
Paris, onde trabalha para o Centro Nacional para a Pesquisa Científica
(CNRS, na sigla em francês). A conjectura afirma que "todo número
ímpar maior que 5 pode ser expresso como soma de três números primos".
O
problema, proposto por Christian Goldbach há 271 anos, se converteu em dor
de cabeça para os melhores matemáticos dos últimos três séculos. Desde 1923,
com o esforço de nomes como G. H. Hardy e John Edensor Littlewood,
foram obtidos avanços importantes para a comprovação da conjectura, porém
ela ainda não havia sido demonstrada de maneira incondicional. Em 1937, o
teorema de Vinogradov mostrou que qualquer número ímpar suficientemente
grande pode ser representado como a soma de três números primos. A definição de
"suficientemente grande", porém, ficou pendente.
Helfgott publicou, em 2012 e neste
ano, dois trabalhos acadêmicos reivindicando a melhoria das estimações dos
arcos maiores e menores - o suficiente para demonstrar definitivamente
a conjectura fraca de Goldbach. O estudo pode ser consultado, em inglês, neste
link.
No entanto, essa pesquisa dificilmente
contribuirá para a comprovação da conjectura "forte" de
Goldbach - um dos problemas mais antigos não resolvidos da matemática e
considerada por muitos o problema mais difícil da história dessa ciência. De
acordo com o próprio Helfgott, a conjetura de Goldbach "pode não
ser resolvida nas nossas vidas". A versão forte postula que todo
número par maior que 2 pode ser expressado pela soma de dois primos.
O
matemático peruano estudou nas prestigiadas universidades americanas
de Princeton e Yale e recebeu diversos prêmios por suas contribuições
à matemática.
Fonte: Terra