JÚLIA RODRIGUES
Em ascensão no ranking das mais ouvidas
na internet, a gravação de um palavrório de José Maria Marin ameaça prolongar a
insônia do atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Ouve-se
a voz inconfundível do principal cartola do país conversando, supostamente, com
diretores da BWA ─ empresa especializada na produção de ingressos que, até
poucos anos, monopolizava a confecção de bilhetes de entrada para todos os
jogos de times paulistas. A BWA também disputa na justiça a administração do
Estádio Castelão, em Fortaleza.
No áudio,
Marin pode ter estabelecido um novo recorde em matéria de baixarias por minuto.
“Não mencionem o meu nome! Se me perguntarem de vocês, eu vou dizer que vocês
dois são dois grandes filhos da p… irresponsáveis”, diz a certa altura. Ele se
mostra grávido de indignação com o envolvimento do seu vice-presidente Marco
Polo Del Nero em histórias muito mal contadas.“Do jeito que estão fazendo,
vocês vão por o Marco Polo até na cadeia”, irrita-se o ex-deputado estadual e
ex-governador paulista.
Del Nero também
é presidente da Federação Paulista de Futebol, integrante do Comitê Executivo
da Fifa e dono de um escritório de advogacia que tem há 18 anos, em sua
carteira de clientes a BWA. “Vocês estão correndo o Brasil dizendo que são
sócios do Marco Polo Del Nero, que a Ambev é cliente deles, e estão jogando
outras federações contra o Marco Pol”, acusa Marin. “Vocês são tão idiotas para
mostrar que tem poder”.
“Este último vídeo do Marin comprova que a CBF está nas
mãos de uma quadrilha”, denunciou pelo Twitter o deputado federal (PSB-RJ).
“Prende esses caras, está na hora de dar um exemplo para o Brasil”. O
bombardeio que inferniza vida de Marin vai além do território do futebol.
Também acusado de envolvimento na trama que resultou no assassinato do
jornalista Vladimir Herzog, o comandante da CBF é alvo
de uma petição que
exige seu afastamento do cargo.
Divulgada no início de março, outra gravação abalou as
relações entre Marin e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. “Olha, entre nós, o
poder dele é meio limitado”, diz o loquaz supercartola a um interlocutor não
identificado. “Eu trato ele muito bem, com toda deferência me dirijo a ele, mas
a gente percebe que ele não é um ministro de força”. Marin tem reiterado que
“as gravações foram manipuladas e serão tratadas como crime”.
Fonte:
Veja Online.
(sobre o ministro Aldo Rebelo)