Suspeito atingiu a vítima com 15 facadas, a maioria delas na cabeça e no pescoço.
Kassandro de Góes, de 19 anos, preso após confessar ter matado uma garota de programa no Centro de Fortaleza, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) por feminicídio. A denúncia foi recebida pela Justiça nesta quarta-feira (29).
Francisca Dávila Siqueira da Silva, de 24 anos, foi atingida por 15 golpes de faca em 6 de novembro, após fazer um programa com o suspeito, que ligou para a polícia e se entregou. Horas antes do ocorrido, o homem havia vendido o celular para comprar a arma.
De acordo com a confissão de Kassandro à polícia, ele tinha a intenção de assassinar outra mulher, com quem já havia tido relações sexuais anteriormente, mas não conseguiu localizá-la.
Conforme a Perícia Forense do Estado do Ceará, a maior parte dos golpes em Dávila atingiram a cabeça e o pescoço dela.
Utilizando como base o depoimento do acusado, a 111ª Promotoria de Justiça de Fortaleza argumentou na denúncia que a situação se enquadra como “feminicídio não-íntimo”, em que o autor do crime é pessoa desconhecida da vítima e comete o delito por discriminação ou menosprezo à condição do sexo feminino.
Além disso, o MPCE afirmou que o crime foi cometido por motivo torpe, já que a vítima foi escolhida apenas porque o acusado não conseguiu localizar o primeiro alvo do crime.
O autor da denúncia, promotor de Justiça Ythalo Frota Loureiro, detalha ainda que, por conta da quantidade de golpes de faca e das regiões do corpo em que mulher foi atingida, o feminicídio foi cometido com emprego de meio cruel, com o intuito de aumentar o sofrimento da vítima, e utilizando recurso que dificultou sua defesa, em situação semelhante à emboscada.
O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio irá acompanhar o trâmite judicial do processo.
'Acentuado grau de periculosidade'
Kassandro está preso desde o dia do crime. Em 8 de novembro ele passou por uma audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.
Na decisão que levou a conversão de Kassandro para a prisão preventiva, a juíza Adriana da Cruz Dantas, da 17ª Vara Criminal, levou em consideração os atos do suspeito que demonstravam acentuado grau de periculosidade da parte dele.
A magistrada também relatou que há indícios suficientes da autoria do crime, além disso, o homicídio qualificado (feminicídio) também figura entre os crimes que admitem a decretação da prisão preventiva.
Fonte: G1 Ceará.