domingo, 22 de outubro de 2023

Cid Gomes dá detalhes das razões pelas quais se ausentou da campanha de 2022.

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Segundo Cid, Camilo Santana (PT) e Izolda Cela (ex-PDT) foram avisados da decisão.

 

    Diante do impasse vivido pelo PDT na escolha do candidato ao Governo do Estado, em 2022, Cid Gomes resolveu se isentar das tratativas para evitar brigas com o irmão Ciro, que buscava a presidência da República. Segundo Cid, Camilo Santana (PT) e Izolda Cela (ex-PDT) foram avisados da decisão.

 

    Na sexta-feira (20), em entrevista à live do PontoPoder, do Diário do Nordeste, o senador detalhou o processo de decisão naquele momento.

 

    Camilo é um dos principais articuladores do PT e, portanto, responsável pela palavra final sobre o rompimento com o PDT, cujos efeitos são sentidos até hoje. Izolda, à época governadora, era a pré-candidata à reeleição apoiada por Cid, mas acabou derrotada nas prévias pedetistas.

 

    "Isso não foi feito sem um prévio aviso, eu falei com a Izolda e com o Camilo que discordava daquela postura que o PDT estava tomando, mas que não podia brigar com meu irmão. Eu não tenho bola de cristal, mas imaginava mais ou menos parecido com o que aconteceu", completou o senador, em referência à escolha de Roberto Cláudio para a disputa.

 

    "Na época, eu fiquei numa sinuca de bico porque eu tinha só duas alternativas: eu mergulhava ou, de alguma forma, me afastava do processo porque eu era contra o encaminhamento que estava sendo dado. Quem liderava esse encaminhamento era o meu irmão, e eu não queria brigar com ele, que sempre foi minha referência, meu exemplo", afirmou.

 

    O senador ainda reconhece que o conflito iniciado à época desencadeou um clima de crescente hostilidade na legenda, observado, sobretudo, na disputa pela Executiva estadual.

 

ALIADO ESTRATÉGICO

 

    Para Cid, a retomada da relação com o PT e outros aliados antigos é importante para as eleições de 2024 em Fortaleza. Ele defende que a sigla de Camilo apoie um candidato do PDT na Capital, a fim de evitar uma hegemonia petista, que já tem o Planalto e o Governo do Estado.

 

    "Se depender só do diretório municipal do PT e do PDT, cada um tem um candidato, os dois vão se digladiar, um vai escolher o outro pra ser o principal adversário. Defendo que com mais razoabilidade, nacional e estadualmente, nós possamos fazer ver que Fortaleza é uma cidade estratégica", disse.

 

CID SE ARREPENDE 

 

    Para o senador, não valeu a pena se isentar do processo de escolha do candidato em 2022. Primeiro que a briga com Ciro foi inevitável e os dois não conversam desde agosto de 2022. Segundo que o distanciamento prejudicou até mesmo a campanha pedetista ao Planalto, avalia Cid. 

 

    "Eu jamais desejaria brigar com o Ciro, mas ele brigou comigo. Eu fiz tudo e, para mim, foi um grande sacrifício, não tenha dúvida disso. (...) E tive que me abster daquela eleição, que era importante. Então, se eu soubesse que a consequência ia ser essa, eu teria tomado partido, mesmo que isso significasse brigar com o Ciro", afirmou o senador, ao ser questionado se agiria diferente, sabendo das consequências da crise política nas eleições de 2022.

 

    "Eu acho que o resultado seria diferente, inclusive para ele. Todas as outras vezes em que o Ciro foi candidato a presidente, mesmo ele tendo sido terceiro e até quarto lugar no Brasil, no Ceará, ele foi o primeiro. À frente de todas as campanhas dele no passado, estava eu", acrescentou.

 

Fonte: Jornal Diário do Nordeste.

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