Oito policiais militares foram absolvidos da acusação de envolvimento nas mortes de 11 pessoas na região da Grande Messejana, periferia de Fortaleza. A matança, que ocorreu em 2015, ficou conhecida como "Chacina do Curió". Além das mortes, eles foram julgados por outros crimes, como tortura física e psicológica. A sentença foi proferida nesta quarta-feira (6). O Ministério Público recorreu da decisão.
Foram revogadas pela Justiça as medidas cautelares e restrições de direito dos oito réus dessa etapa do julgamento. A primeira parte do júri aconteceu em junho deste ano, quando quatro policiais militares foram condenados a mais de mil anos de prisão somados. Nesta segunda parte, os oito réus foram julgados no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza.
A Chacina do Curió ocorreu entre os dias 11 e 12 de novembro de 2015 na região da Grande Messejana. Ao todo, foram registrados 11 homicídios consumados — a maioria, jovens — e três tentados, além de crimes conexos, como tortura.
Julgamento mais longo do Ceará
O segundo julgamento da Chacina do Curió se tornou o mais longo da história do Ceará na tarde do último domingo (3), durante o sexto dia de trabalhos da segunda fase do júri. O Tribunal de Justiça do estado explicou que processo foi desmembrado em três para facilitar a análise e agilizar os trabalhos.
O TJCE designou um colegiado de três juízes para analisar e processar o caso.
Para a conclusão desse segundo julgamento, ainda restam debates entre acusação e defesa, leitura dos quesitos, votação dos jurados, redação e leitura da sentença. As atividades foram conduzidas pelo colegiado formado pelos juízes Marcos Aurélio Marques Nogueira (presidente do colegiado e titular da 1ª Vara Júri), Adriana da Cruz Dantas (17ª Vara Criminal) e Sílvio Pinto Falcão Filho (1ª Vara Criminal).
A terceira fase do julgamento está prevista também para este mês de setembro. Mais oito acusados serão submetidos a outro julgamento. Assim, em menos de um mês, 16 acusados do caso devem ser julgados.
Fonte: G1 Ceará.