A diretoria executiva busca aumentar a competitividade com mais investimento.
A diretoria executiva do Fortaleza avançou no projeto de criar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Com a ideia de comercializar entre 10% e 15%, o clube recebeu contatos do exterior e estima a arrecadação milionária, em uma eventual negociação, de cerca de R$ 50 milhões.
O Diário do Nordeste apurou que, mesmo sem ter se transformado em SAF, a instituição recebeu interessados de diversos países, como Rússia e China. O detalhe é o modelo de negócio: o Leão deseja manter o controle, mas abrindo um capital na bolsa para o aporte financeiro.
Na análise interna, a gestão compreende que a incorporação da SAF, em um modelo inovador e minoritário, é essencial para ampliar a competitividade do clube em um curto prazo. Assim, o montante seria usado em três frentes principais: elenco, base e governança interna.
Em perspectiva futura, outros percentuais podem ser negociados, a depender dessa primeira experiência. O clube aposta na valorização da marca e manutenção do crescimento, com resultados, o que poderia resultar no retorno econômico para o investidor, que ganhou com a ação.
Logo, é um caminho diferente de Bahia, Cruzeiro e Vasco, por exemplo, que tiveram ações vendidas e passaram a ter ‘donos’, ou sócios majoritários, após aportes milionários e quitação de dívidas. Qualquer decisão, no entanto, passa por uma mudança de estatuto via Conselho Deliberativo com uma votação dos sócios, ou seja, o explanado é apenas uma ideia da diretoria executiva do Fortaleza.
COMO O FORTALEZA VIRA SAF?
Pela legislação, o Fortaleza pode criar uma SAF, mas deve alterar os estatutos do clube caso deseje entrar nessa operação, pois o time é uma 'Instituição Sem Fins Lucrativos’. Hoje, o Leão possui uma gestão profissional, dívidas saneadas e o controle esportivo, mas não possui um investidor capaz de realizar um aporte milionário, por exemplo, e o único caminho na lei é a SAF.
Assim, precisaria se transformar em empresas, via SAF, para viabilizar a obtenção de investimento. A decisão de migração de modelo (ou não) é do clube. No caso de sistemas sem fins lucrativos, a mudança exige a alteração estatutária, o que necessita de aprovação no Conselho Deliberativo.
O processo é seguido com a criação de uma empresa (SAF) e a oferta de ações no mercado em troca de investimento. O Fortaleza deseja negociar uma pequena parte dos ativos para obter capital de investimento e manter o controle das principais decisões da agremiação.
Fonte: Diário do Nordeste.