Militante bolsonarista, cantor é denunciado por torturar a própria filha no Paraná. Jovem precisou gravar áudios e imagens para provar as agressões, que aconteciam desde a infância. Em um dos registros, a menina questiona o pai o que ele faria se alguém maior fosse bater nele, e o homem responde: "Daí eu uso isso aqui (engatilha arma). É simples, é assim que eu resolvo a vida". Pai obrigava filha a se maquiar para esconder os hematomas no rosto e corpo.
O cantor sertanejo Nando Cellarius, da dupla com Giba, foi denunciado pela própria filha após sessões de espancamento, tortura e ameaças. A vítima, de 22 anos, afirma que as agressões aconteciam desde a infância na cidade de Ponta Grossa, no Paraná.
Kauane Cellarius publicou nas redes sociais relatos de agressões sofridas por ela. Em um áudio, ela expõe uma das situações mais graves, após ser ameaçada por ele com uma arma de fogo.
Na gravação, o artista disse que ninguém “vai faltar com respeito” com ele e afirma ter um revólver para resolver a vida. “E se alguém maior que você viesse te bater?”, questiona a menina. “Daí eu uso isso aqui (engatilha arma). É simples, é assim que eu resolvo a vida. É assim que até hoje eu cheguei nos meus 38 quase resolvendo a vida”, responde o agressor.
Além do áudio, Kauane tem registros, em fotos, de lesões no rosto e no corpo. “Nas agressões ele subia em cima de mim, me dava soco de mão fechada. Ele me jogava no chão, pisava em cima de mim, segurava no meu cabelo e batia várias vezes com minha cabeça no chão. Ele apertava o meu pescoço até eu perder o meu ar. E quando eu tava na época no colegial, ele fazia eu passar muita maquiagem pra cobrir esses hematomas”.
“Tudo era motivo para agressão. Fui crescendo, virando mocinha, e as agressões só pioravam. Quando completei 18 anos, achei que ele iria parar de me bater, mas tudo piorou”, conta. “Por muito tempo achei que eu merecia viver isso. Ele falava que era para o meu bem, porque o pai dele fez isso com ele e ele ‘virou gente’”, desabafou.
Com 19 anos, ela cansou de apanhar, se revoltou e começou a registrar com fotos e vídeos os hematomas, porém, continuava sendo ameaçada constantemente: “Só com 19 anos eu pude ter celular, antes disso ele não autorizava. Também sempre dizia que eu estava f*dida se contasse para alguém, porque ele é amigo de ‘peixe grande’”.
Fonte: Pragmatismo Político.