Os bastidores da retomada da aliança formal entre PDT e PT no governo do Estado encaminham a volta do apoio entre as duas legendas.
Apesar disso, segmentos dentro da sigla pedetista, pelo menos em um primeiro momento, querem manter a oposição à gestão Elmano de Freitas (PT) no Palácio da Abolição.
As declarações foram dadas pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), em entrevista ao O Otimista após a reunião do partido nesta quinta-feira (23).
Em um primeiro momento, de acordo com Sarto, a deliberação adotada desde o fim de 2022 pelo PDT, quando Elmano venceu a eleição para o governo do Estado, deve ser mantida.
O posicionamento é diferente do que vem sendo adotado pelo partido a nível federal, que compõe hoje a base aliada do presidente Lula (PT) no Congresso.
Atualmente, a legenda adota a conduta de independência com os 13 deputados que compõem a Assembleia Legislativa (Alece), maior bancada entre todas as siglas da Casa.
“Acho que a posição que percebi por enquanto, deve ter outra reunião na próxima quinta-feira, posição que foi tirada já no primeiro encontro do partido pós-eleição, que é uma posição de independência, por enquanto, em nível estadual. Nós estamos com 55 dias da gestão do governador Elmano”, declarou o prefeito.
Maioria pró-governo
Para Sarto, a reunião do PDT Ceará desta quinta-feira foi “sincera, boa e produtiva”, principalmente pela exposição de posições díspares dentro da própria legenda.
Vale lembrar que, se oficialmente o partido mantém posição de independência em relação ao governo Elmano, na prática, a maior parte dos parlamentares compõe a base aliada do petista na Alece.
“Foi sincera porque teve a exposição de divergências naturais, partido que é partido deve ter divergências, mas tentando achar o caminho que seja não unânime. Nelson Rodrigues já dizia que toda unanimidade é burra e todo partido deve ter vozes divergentes, entretanto, pacíficas. Contraditórias, sim, mas respeitosas”, pontuou o chefe do Executivo da capital cearense.
Com 13 deputados na Alece, o governo Elmano conta com apoio formal de dez – evidenciado pela votação da reforma administrativa e a minirreforma tributária, ocorrida antes do Carnaval.
Além disso, o líder da gestão estadual no Legislativo é do PDT, Romeu Aldigueri, além de três parlamentares do partido ocuparem pastas no secretariado do Executivo.
Os outros três parlamentares estão mais próximos ao grupo político de Sarto e Roberto Cláudio (PDT), candidato ao governo do Estado em 2022. São eles: Antônio Henrique, Cláudio Pinho e Queiroz Filho.
Para o prefeito de Fortaleza, as decisões dos filiados do PDT, que devem ter novos desdobramentos na próxima quinta-feira (2), quando haverá nova reunião do partido, devem ser decididas de maneira consensual.
“Acho que, se precisar de alguma decisão deliberativa, deve ser por votação, se não houver consenso. As que eu participei, sempre foram consensuais, por aclamação. A escolha do candidato Roberto (Cláudio) foi votação com a governadora Izolda, mas tranquila e transparente”, frisou.
Fonte: O Otimista.