segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Como era o "Natal" antes de Jesus Cristo?

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    Há evidências de que a comemoração ao final de dezembro já ocorria 7 mil anos antes de Cristo, o que faz dessa celebração quase tão antiga quanto o próprio conceito de civilização.

 

    O título acima pode soar estranho uma vez que, para a sociedade contemporânea ocidental, parece claro que a origem do Natal é o nascimento daquele personagem, cerca de 2 mil anos atrás, chamado Jesus — e toda a construção religiosa que seria erguida a partir dele, muito embora a festa tenha sido apropriada como uma tradição até mesmo desvinculada de crenças.

 

    Mas há diversos indícios de que as pessoas já comemoravam o Natal cerca de 7 mil anos antes de Cristo, o que faz dessa celebração quase tão antiga quanto o próprio conceito de civilização.

 

    A explicação está nos marcos da natureza: afinal, se a ideia de civilização remonta às origens da agricultura, nada mais natural do que celebrar o solstício de inverno como um momento de renascimento, de renovação.

 

    Claro, estamos pensando sob a ótica do hemisfério norte. O solstício de inverno, que ocorre nessa parte do globo nas proximidades do Natal, indica aquele momento em que a noite chega ao seu máximo — a partir daquele dia, o sol cada dia terá mais tempo para iluminar nosso planeta.

 

    Em um tempo de precária ciência e de exagerada observação dos fenômenos naturais, o sinal era claro: a luz solar renascia nesse momento, aumentando em tempo e intensidade a cada dia desde então. E era o que propiciaria a agricultura da nova safra, a alimentação do ano vindouro.

 

    No livro Religions of Rome, os historiadores Mary Beard e John North lembram que o período dedicado a celebrar o solstício era todo devotado a um deus — Mitra —, durava uma semana e era permeado por celebrações entre as famílias, com trocas de presentes e comilanças típicas. Nada diferente do Natal contemporâneo, portanto.

 

    Oriundo da mitologia persa, Mitra era o deus da sabedoria, representando a luz, o bem sobre o mal.

 

    Aos poucos, no mundo romano, foi dividindo espaço com outra divindade, Saturno: afinal, se era o começo de um “novo” sol, nada mais natural do que render graças àquele que era o deus da agricultura.

 

    Mas Mitra também era a divindade que se confundia com o próprio Sol: com sua carruagem, viajava ele todos os dias pelo céu com o objetivo de iluminar e espantar as forças das trevas.

 

Fonte: Pragmatismo Político.

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