Barbárie: Menina que engravidou aos 10 anos de idade e os pais recusaram o aborto está grávida pela segunda vez. A criança queria interromper a gravidez e voltar para a escola: "Ela estava sonhando em retornar para a sala de aula, voltar a estudar".
Uma menina de 11 anos que engravidou aos 10 anos de idade e os pais recusaram o aborto está grávida pela segunda vez. A gestação foi descoberta pelo Conselho Tutelar de Teresina, no Piauí, onde mora a família. A criança estava acolhida em abrigo há cerca de um mês, junto com o bebê, a pedido do pai dela, que alegou mal comportamento.
Os conselheiros suspeitaram do comportamento da menina e a levaram para fazer exames. A conselheira tutelar Renata Bezerra informou que o teste deu positivo e que ela estaria com 10 semanas de gestação.
Os conselheiros a levaram de volta à casa do pai e sugeriram a interrupção da gravidez. A família teria decidido manter a gravidez, assim como ocorreu na primeira gestação. A mãe da criança é separada do pai e mora em outro local.
A criança parou de ir a escola aos 10 anos de idade, quando descobriu a primeira gestação após estupro. De acordo com Renata Bezerra, que acompanhou a primeira gestação da garota, a decisão de não abortar partiu da própria vítima. Mas a conselheira afirmou que dessa vez a menina não queria continuar com a gestação.
“Nessa situação, ela deu o sinal de que queria [o aborto], mas quando chegou em casa, que a mãe ‘bateu o pé’ que não, ela ficou calada, não disse mais nem que sim nem que não”, contou.
Ainda segundo a conselheira tutelar, o pai da vítima havia concordado com a realização do aborto, mas a mãe teria de assinar para a realização do procedimento. O Conselho Tutelar aguarda um parecer do Ministério Público sobre o caso.
Antes de descobrir que estava grávida mais uma vez, a menina se preparava para voltar à escola, revelou Renata. “Ela estava sonhando em retornar para a sala de aula e recebeu essa notícia de estar grávida novamente. Ela estava fazendo planos para estudar, trabalhar e criar seu primeiro filho.”
Como a menina foi vítima de violência sexual pela segunda vez, familiares e pessoas que integram a rede de proteção à menina, como conselheiros tutelares, psicólogos e agentes da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), serão alvos de investigação para apurar alguma possível negligência desde a primeira gravidez.
Fonte: Pragmatismo Político.