A Câmara Municipal de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, instalou durante a sessão ordinária desta segunda-feira (17), uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o prefeito Bruno Gonçalves (PL) por supostas irregularidades na compra de merenda escolar do município.
Em nota, a prefeitura diz que vai colaborar com as investigações e reafirma que a CPI é resultado de perseguição política. "Esperamos que a situação seja rapidamente esclarecida e estamos certo que iremos provar, mais uma vez, que esse movimento não passa de perseguição política como já aconteceu em gestões anteriores em Aquiraz", diz trecho da nota.
O colegiado foi formado como uma “investigação paralela” – termo usado pelos próprios vereadores de oposição –, uma vez que já há na Câmara uma Comissão Processante para investigar o caso, formada por parlamentares da base do prefeito.
A CPI é composta por Ney Pires (PP), Neide Queiroz (PDT), Cláudio Diógenes (PL). Os três parlamentares vão deliberar posteriormente que função assumirão no processo.
O presidente da Casa, vereador Jair Silva (PP), informou que vai pedir um exame grafotécnico em todos os recibos que chegarem à Câmara sobre o caso. Isso porque, disse ele, recebeu relatos de funcionários da prefeitura sobre uma possível pressão que teriam sofrido por membros da gestão para que assinassem documentos confirmando o recebimento dos pedidos.
“Se tem dinheiro, tem recurso para comprar a merenda, então por que não chegou aos alunos? O que está acontecendo? É um problema de gestão de não conseguir atender à demanda? É preciso que se diga”, questionou.
Também durante a sessão, o vereador Babá (PDT) levantou dúvidas sobre a Comissão Processante quando lembrou que membros da base "quiseram arquivar o processo duas vezes". Maurício Matos (PL), relator do colegiado, justificou que os indícios não são ligados diretamente a Bruno Gonçalves, já que, até o momento, não foi demonstrada sua interferênca em compra, em recebimento, em pagamento ou em entrega.
"Pedimos o arquivamento mediante a defesa do prefeito. O que nós isentamos à comissão é que o prefeito não tem como responder porque nós temos uma descentralização administrativa, e o prefeito responde por questões de governo, não de gestão", explicou.
Uma das linhas de investigação da CPI é a compra de cinco toneladas de carne para o final de dezembro, período em que há férias escolares. Um contrato foi assinado no valor de R$ 4 milhões.
Ainda no início do mês os vereadores aprovaram por 9 votos a 3 a abertura da primeira investigação. Os vereadores foram escolhidos por sorteio conforme o Regimento Interno, e são todos do grupo político do Chefe do Executivo.
Fonte: Diário do Nordeste.