No Ranking de Desenvolvimento Humano de 2022, Brasil retrocede ao patamar de 2016. Na América Latina, país agora está atrás de Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, Peru e México.
O Brasil caiu mais três posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), que segue mostrando que as condições gerais de vida da população só pioraram sob o governo do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) referente a dados de 2021, divulgado nesta quinta-feira (8), antes na 84ª posição, o país é agora o 87º do mundo em desenvolvimento humano entre as 191 nações analisadas.
Em 2020, o IDH do Brasil era de 0,758 e caiu para 0,754 em 2021, um decréscimo de -0,004. Antes disso, o Brasil já havia perdido cinco posições no ranking mundial, já que ocupava a 79ª posição. O IDH brasileiro foi de 0,762, em 2018, para 0,765.
O índice leva em conta a expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e a renda para dar dimensão ao bem-estar da população em cada país. No caso brasileiro, o retrocesso foi considerado elevado, de acordo com o Pnud. Pela metodologia do índice, quanto mais perto de 1 estiver um país, melhor o IDH. A nova posição retrocede o país ao patamar de 2014, quando o IDH era de 0,754. O recuo foi maior do que a média mundial, que caiu ao nível de 2016.
O relatório da ONU cita uma série de crises precedentes, com destaque para o impacto da pandemia de covid-19 em todo o mundo. No Brasil, a saúde também foi um fator a contribuir para a queda no IDH.
Com a gestão de Jair Bolsonaro (PL) durante a crise sanitária, a expectativa de vida média do brasileira ao nascer caiu de 75,3 anos, em 2019, para 72,8 anos em 2021. A queda levou o Brasil ao mesmo patamar de 13 anos atrás, em 2008, quando a esperança de vida média era de 72,7 anos. O país também guarda o posto de ser o segundo com maior número de mortes em decorrência do novo coronavírus em todo o mundo. Mais de 684 mil brasileiras vieram à óbito por conta da doença, atrás somente dos Estados Unidos, onde mais um milhão de pessoas morreram.
A diminuição da expectativa de vida no Brasil também foi maior do que a média global. Houve uma redução de 1,6 anos, para 71,4 anos, ante 2,5 anos de queda registrados entre os brasileiros.
O retrocesso é sobretudo maior quando o indicador é ajustado à desigualdade. O Brasil perde pelo menos 20 posições, de 0,754 para 0,576, uma queda de 23,6%. O relatório chama atenção para a desigualdade de renda, um problema histórico que se agravou.
Fonte: Pragmatismo Político.