Nessa terça-feira, 22, o Ceará registrou 27,71% de
ocupação dos leitos intensivos para pacientes com Covid-19. Na data, 314 vagas
de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) estavam ativas para
receber cearenses com o coronavírus. A taxa desta semana é a menor
registrada desde 29 de setembro do ano passado, quando estavam ocupados 26,54%
dos leitos intensivos.
A taxa de ocupação é a proporção de pessoas
internadas em relação ao total de vagas disponíveis. Assim, a cifra varia
não só em relação ao número de pessoas que são infectadas e necessitam de
tratamento hospitalar, mas também devido ao número variável de leitos ativos.
Em 2022, o total de leitos de UTI para Covid-19 no Ceará variou entre o máximo de
682 e o mínimo de 199, de acordo com a demanda.
Conforme dados atualizados às 11h12min desta
quinta-feira, 24, o Estado tem 216 leitos de UTI ativos e uma ocupação de
29,36%.
A Secretaria da Saúde do
Ceará (Sesa) afirma que "tem observado redução persistida na pressão
assistencial por leitos Covid-19 desde a segunda quinzena de fevereiro de
2022". "Isso é uma consequência natural da diminuição da circulação
viral da variante Ômicron, que ocasionou a terceira onda da pandemia no
Estado", explica a secretária executiva de Atenção à Saúde e
Desenvolvimento Regional da Sesa, Tânia Mara Coelho.
Segundo a gestora, a
Pasta realiza trabalho contínuo de readequação dos leitos em todas as regiões
do Estado, "adaptando as vagas para outros perfis de pacientes, como
aqueles das cirurgias eletivas, por exemplo". Os procedimentos
cirúrgicos não emergenciais haviam sido suspensos durante o pico da
terceira onda da pandemia, mas já foram retomados.
Nos leitos de enfermaria,
a ocupação atual é de 26,61%. Ao todo, 372 vagas estão aptas a receber
pacientes com Covid-19 no Ceará. Neste ano, esse número variou entre 1.745 e
324 leitos de enfermaria ativos.
Variação do número de leitos
Desde o início da
pandemia de Covid-19 no Ceará, o Estado chegou a ter, no dia 6 de abril de
2021, o máximo de 1.717 leitos de UTI disponíveis para pacientes com complicações
da doença. Já o mínimo foi de 38 leitos ativos, no dia 26 de novembro daquele
ano. A taxa de ocupação em unidades intensivas variou entre 94,26% (em 19
de abril de 2021) e 26,54% (em 29 de setembro de 2021).
Os números referentes ao
leitos de enfermaria variaram de forma semelhante. Em 6 de abril do ano
passado, eram 3.648 vagas ativas. Em 27 de novembro, eram apenas 146. O pico de
ocupação (83,94%) aconteceu em 20 de abril de 2021. Já a menor taxa (12,29%) é
do dia 31 de outubro daquele ano.
Tânia Mara afirma que
ainda é necessário manter um número reduzido de leitos Covid-19 para pacientes
já internados e "também como um backup de segurança para possíveis
novas internações". Segundo ela, alguns leitos permanecem ocupados, na sua
maioria, por pacientes mais idosos ou com comorbidades, ou ainda aqueles sem o
ciclo vacinal atualizado.
Em 2022, 4.414 cearenses
foram hospitalizados devido a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por
Covid-19. A maioria (62,4%) são pessoas acima dos 60 anos de idade. Além disso,
do total de hospitalizados por coronavírus neste ano, 1.402 (41,9%) têm
alguma doença cardiovascular e 950 (28,4%) apresentam diabetes. Os dados
sobre o perfil dos pacientes internados são de boletim epidemiológico divulgado
pela Sesa no último dia 17. (Colaborou Gabriela Custódio)
Nota: a fim de abranger
dados de toda a pandemia de Covid-19 no Ceará, O POVO utilizou nesta matéria
dados referentes a internações por "Síndromes Respiratórias Agudas Graves
(SRAG) Covid ou não Covid-19", disponibilizados pela Sesa por meio do
IntegraSUS. A Secretaria passou a diferenciar casos Covid-19 e casos SRAG (não
Covid-19) a partir de janeiro de 2022.
O POVO