Após o trágico acidente envolvendo a queda de duas mulheres em uma cacimba de
areia, que ocorreu na tarde da última quarta-feira, 24, em Juazeiro do Norte, na região do Cariri, autoridades alertam
para cuidados que devem ser tomados caso o equipamento esteja instalado em
outras residências.
No Nordeste brasileiro, costumeiramente, as cacimbas
são instaladas de forma manual, com diâmetro em torno de um metro e a
profundidade variável, até a água ser alcançada. Esses poços têm como objetivo
a captação de água do lençol freático, tendo em vista que sua camada
impermeável não é perfurada.
No entanto, apesar de ser
uma alternativa econômica, é fundamental que sejam adotadas medidas de proteção
física do poço. Além disso, a
localização da cacimba também deve ser planejada para evitar possíveis fontes
de contaminações da água, bem como para evitar acidentes com os proprietários do
local.
Saiba como prevenir acidentes com cacimbas
Em entrevista nesta
segunda, 28, ao jornalista Farias Jr., da rádio CBN Cariri, o engenheiro e
assessor especial de projetos e contratos da Secretaria de Infraestrutura de
Juazeiro do Norte, Akiro Chikushi, explicou as medidas de prevenção contra
acidentes com cacimbas.
“A principal alternativa
é a manutenção, percebendo se esses poços possuem a tampa no nível do piso, o
que não é o recomendável. O ideal é que a tampa seja elevada, até para evitar
acidentes com crianças”, pontua.
O engenheiro alerta ainda
que não se deve subir na tampa do poço, pois – na maioria dos casos – não se
sabe o método construtivo utilizado para fazê-la e, assim, não se tem dimensão
de quanta carga a parede externa da cacimba foi projetada para suportar.
Saiba como aterrar cacimbas desativadas
Com relação a poços
desativados, a recomendação é que o aterramento seja feito com controle de
compactação. Para tanto, define-se a profundidade do poço e é realizada a
compactação do local, finalizando-a com uma camada de hastes de concreto para
dar sustentação ao aterro.
“Normalmente, essas
cacimbas eram construídas nos quintais das casas. Com a urbanização, ela ficou
naquela localidade e no entorno já foram feitas várias obras, que dificultam o
acesso ao local. A própria dificuldade em relação ao acidente (com as duas
mulheres que caíram na cacimba) foi conseguir o acesso dos maquinários à região
em que o poço estava instalado”, explica Akiro.
De acordo com o
engenheiro, os proprietários de residências que possuam cacimbas instaladas,
mesmo que em boas condições externas de uso, ainda devem realizar o estudo do
local de forma interna para notificar se há rachaduras ou pontos que
possibilitem eventuais contaminações, pois os poços têm tempo de vida útil e
precisam passar por manutenção.
Para que sejam solicitadas
as verificações, a população deve acionar a Defesa Civil do município para
laudos técnicos de cacimbas ou moradias com estruturas que apresentem
instabilidade de uso.
O POVO