A liberação do uso de máscaras segue sendo discutida
pelos gestores da Saúde no Ceará. De acordo com o secretário da Saúde do
Estado, Marcos Gadelha, uma decisão sobre o assunto deverá ser tomada a partir
da próxima reunião do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia, que acontece
às sextas-feiras. O titular da pasta adianta que a Secretaria de Saúde do
Estado (Sesa) defende protocolos específicos para diferentes ambientes.
“Existem alguns setores que a gente sabe que existe
maior risco de circulação viral. O ambiente hospitalar é um exemplo. São
ambientes onde você acumula pessoas e que lá existem probabilidades maiores de
circulação do vírus”, disse Gadelha em entrevista coletiva nesta segunda-feira,
14.
A proposição da
secretaria é que setores onde há grandes chances de transmissão do vírus “ainda
permaneçam semelhantes à situação atual”, segundo Marcos. “A Secretaria de
Saúde vai levar a proposição dela para o comitê, inclusive de protocolos a
serem instituídos nesses locais que a gente acha que não tem que flexibilizar
tanto”, opina.
Já em ambientes que são
considerados de menor risco, como locais ao ar livre, o secretário acredita que
é um cenário diferente. No entanto, ele enfatizou que todas as propostas da
secretaria deverão ser discutidas no comitê.
Pelo menos oito estados
brasileiros já mudaram regras sobre o uso de máscaras. Em alguns, como São
Paulo e Maranhão, a população pode decidir não usar máscaras apenas em locais
abertos. Já no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, a flexibilização vale para
ambientes abertos e fechados. No Ceará, o uso segue obrigatório
em todos os ambientes.
Possibilidade de quarta onda
O secretário Marcos
Gadelha não afastou a possibilidade de o Ceará enfrentar uma quarta onda de
infecções. Isso, segundo ele, está relacionado ao controle da pandemia em uma
escala mundial. Apesar disso, ele não acredita que as próximas possíveis ondas
sejam semelhantes à primeira e à segunda, quando não havia quase nenhuma pessoa
vacinada contra o vírus.
“Se você tiver países com
baixa cobertura vacinal, aumenta a chance de novas variantes surgirem. Enquanto
não tiver homogeneidade e existir a probabilidade de novas variantes, existe a
probabilidade de novas ondas”, disse o secretário.
A vacinação, segundo ele,
produziu efeitos diferentes na terceira onda, como a menor sobrecarga da rede
hospitalar. Gadelha afirma que estudos são feitos pelos técnicos da Sesa para
entender o efeito da vacinação nas hospitalizações. Os resultados preliminares
já confirmaram que “se você tem uma população vacinada, a ocorrência de
hospitalização diminui bastante”, de acordo com o secretário.
O POVO