No ato de sua filiação ao PSB, o ex-governador
Geraldo Alckmin saudou o partido por apoiar a pré-candidatura do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência, disse que o petista representa a
democracia e afirmou que, se eleito, Lula irá reinserir o País no cenário
mundial. Ao ingressar na nova legenda, o ex-tucano abriu caminho para concorrer
como vice na chapa de Lula ao Planalto e o chamou de "presidente".
"Eu quero cumprimentar, Carlos Siqueira, o PSB
pela decisão de apoiar o presidente Lula para presidente da República. É ele.
Nós temos que ter os olhos abertos para enxergar, a humildade para entender que
ele é hoje aquele que melhor reflete e interpreta o sentimento de esperança do
povo brasileiro", afirmou Alckmin, em discurso após assinar a ficha de filiação.
"Aliás, ele representa a própria democracia, porque ele é fruto da
democracia. Ele não chegaria lá (na Presidência) do berço humilde que sempre
foi se não fosse o processo democrático", acrescentou.
O ex-governador fez críticas veladas ao presidente
Jair Bolsonaro (PL) ao citar ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao
sistema eleitoral - o chefe do Executivo levanta dúvidas sobre a lisura das
urnas eletrônicas, sem apresentar provas. Alckmin disse ainda que política
exige "coragem" e que, apesar de ter disputado eleições contra Lula,
os dois nunca colocaram a democracia em risco. "Não tenho dúvida de que o
presidente Lula, se Deus quiser, eleito, vai reinserir o Brasil no cenário
mundial", declarou.
Responsabilidade fiscal
Alckmin também disse que
o governo do ex-presidente Lula foi um exemplo de responsabilidade fiscal.
"Eu não posso falar em nome do presidente Lula, mas posso dizer que a
história dele é a história do debate, da busca de entendimento, de buscar
conciliação. Isso é história, não tenho dúvidas de que ele, sempre nas grandes
decisões, vai ouvir, dialogar", disse Alckmin, ao ser questionado sobre
críticas do petista à reforma trabalhista de 2017. "Sobre a questão
fiscal, a dívida PIB quando o presidente Lula entrou e quando ele saiu você vai
ver que era muito menor. Na verdade, isso é um exemplo de responsabilidade
fiscal", acrescentou.
Atuação
Ao ser questionado sobre
o papel que espera exercer num eventual novo governo Lula, caso seja eleito
vice-presidente, Alckmin respondeu que a disposição é de "ajudar".
"Eu acho que reunir experiência executiva e legislativa. Eu fui vereador,
deputado estadual e deputado federal constituinte, prefeito, vice e
governador", disse. O ex-governador também declarou que Lula tem "o
pé no chão" e tem defendido uma aliança para vencer a eleição e governar.
O POVO