A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia está
mantida apesar da elevação de tensões entre Moscou e a Ucrânia, apurou o Estadão/Broadcast
com fontes do Palácio do Planalto. Na tarde desta sexta-feira, 11, os Estados
Unidos disseram ter a informação de que o presidente russo, Vladimir Putin,
pode invadir a Ucrânia nos próximos dias.
Bolsonaro embarca para
Moscou na noite da próxima segunda-feira, 14. Assessores da Presidência já se
preparam para embarcar amanhã, em voo comercial. O presidente tem encontro
marcado com Putin na quarta-feira, 16. No dia seguinte, segue para Budapeste, para
agenda com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, líder nacionalista de
extrema direita.
Segundo o assessor de
segurança nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, uma invasão pode
ocorrer na semana que vem ou até mesmo no fim de semana. Sullivan disse ainda
que não há informações se Putin já tomou a decisão, mas a inteligência
americana trabalha com um cenário de uma ocupação rápida da capital, Kiev.
Um ataque russo poderia
começar a qualquer dia e provavelmente começaria com um ataque aéreo, enquanto
um rápido avanço em Kiev também é possível, disse o conselheiro de segurança
nacional da Casa Branca em entrevista coletiva.
Divergências
A situação no terreno vem
sendo monitorada pelo Gabinete de Segurança Institucional e pelo Ministério da
Defesa. O Estadão apurou que a equipe chefiada pelo ministro Augusto Heleno já se
manifestou contra a viagem. A coordenação entre eles será crucial para uma
decisão final, segundo auxiliares diretos do presidente.
Integrantes do Palácio do
Planalto acompanham a apreensão internacional em torno da viagem presidencial a
Moscou. Apesar disso, a equipe de Bolsonaro está dando andamento aos
preparativos da viagem e incomodada com excesso de documentos e exames
requisitados pelos russos à delegação.
Parte dos diplomatas já
está em Moscou, enquanto outros embarcam neste sábado. Os integrantes de mais
alto nível político, como ministros, embarcam com Bolsonaro na comitiva
presidencial.
O POVO