A cearense Vivian Bandeira Campos, que mora em Petrópolis há
seis anos, decidiu reunir familiares e amigos para arrecadar doações às pessoas
mais atingidas pelo temporal que
provocou mais de 100 mortes e destruição pela cidade, desde a
última terça-feira (15).
Ela, artesã de 37 anos, saiu do
Ceará para o Rio de Janeiro ao receber uma proposta de emprego. O bairro onde
ela mora não foi atingido pela enxurrada, mas a cearense decidiu ajudar após
presenciar cenas que a assustaram.
“A chuva tomou conta da cidade
inteira, em questão de três ou quatro horas ficou completamente alagada. As
pessoas ficaram presas em restaurantes e supermercados. A água subiu tanto que
comidas, mercadorias e insumos começaram a boiar no meio da cidade. Cena de
filme de terror mesmo”, relembra a artesã.
O número de mortos em
Petrópolis após a tempestade de terça (15) chegou a 110, até as 13h desta
quinta-feira (17). Dos 101 corpos que estão no Instituto Médico Legal (IML), 65
são de mulheres e 36 de homens. Desses, 13 são menores de idade. Ao todo, 33
corpos foram identificados.
“Quando a gente vê de
longe, pela televisão, a gente sente, mas quando a gente está aqui, no meio das
pessoas, vendo o povo catando lixo, corpos saindo de tudo que é lugar, é triste
de ver. Tem pessoas que perderam tudo que tinham, a vida inteira”, desabafa a
voluntária.
“A gente [ela e o marido]
nunca tinha passado uma situação como essa. Petrópolis infelizmente já é
propensa a acontecer esse tipo de catástrofes naturais, porém, desta vez, todos
os petropolitanos estão chocados com a imensidão, a proporção que tomou”,
ressalta Vivian.
Ela disse que há vários
pontos de coleta das doações espalhados pela cidade. Cobertor, roupas, água,
material hospitalar e de higiene são alguns dos itens que há maior necessidade
no momento; e também comida para os voluntários que estão no apoio de frente.
“Eu e minha família (meu esposo, cunhados e sogros)
resolvemos mobilizar uma equipe para se juntar e sair comprando coisas,
arrecadando donativos para as famílias que estão precisando”, explica a
cearense.
“Estou disponibilizando uma conta, que estava
zerada, que estou especificando para as pessoas doarem e depois, no final do
dia, eu presto conta com todas as pessoas que doarem, mostro cupons fiscais e
os valores que entraram”, comenta Vivian.
G1 CEARÁ