O governo federal anunciou nesta
quarta-feira, 5, por meio de coletiva de imprensa do Ministério da Saúde, os
detalhes para início da vacinação contra Covid-19 das crianças brasileiras, com
faixa etária entre 5 e 11 anos. A expectativa do órgão é que os imunizantes
cheguem ao País no próximo dia 13. A partir disso, a logística do Ministério
para envio das vacinas para os estados deve durar cerca de 24 horas, com
estimativa de chegada às federações e municípios entre os dias 14 e 15 de
janeiro.
As crianças serão vacinadas sem
necessidade de prescrição médica, apesar de o Ministério da Saúde recomendar
que os pais levem os filhos ao médico antes de receber o imunizante. Rosana
Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, explicou
que isso se deve porque a criança está em fase de desenvolvimento e a precaução
é necessária. “Nós temos alguns efeitos adversos, que embora sejam raros, o
cuidado tem que ser muito maior nesse público”, enfatiza.
Durante a vacinação, as
crianças devem estar acompanhadas pelos seus pais ou responsáveis, ou possuir
autorização por escrito. A vacina que será destinada às crianças é diferente do
imunizante aplicado em adolescentes e adultos, com menor dosagem e a tampa do
frasco de cor diferente, para evitar eventuais confusões na administração dos
imunizantes. “Uma das nossas maiores preocupações são os erros de
administração. É necessário obedecer aos critérios”, reforça Rosana.
Vacinação deve começar por crianças com comorbidade
e deficiência permanente
A ordem de vacinação das
crianças deve começar por aquelas com comorbidades e com deficiência
permanente, assim como indígenas e quilombolas. Aquelas que vivem com pessoas
com alto risco de evolução do quadro de Covid-19 também devem ser priorizadas na
fila de vacinação, de acordo com o órgão. Posteriormente, devem ser vacinadas
as crianças sem comorbidades, por ordem decrescente de idade.
Para o público infantil, a vacina será aplicada em
ciclo de duas doses, com intervalo de oito semanas. A decisão, conforme
explicou o órgão, aconteceu para que exista um benefício imunológico maior.
Considerou-se ainda que a ampliação do intervalo, que na bula da vacina é de
três semanas, acontece para que haja uma maior proteção das crianças contra
efeitos adversos, como a miocardite.
No total, o Brasil receberá, no primeiro trimestre
de 2022, 20 milhões de doses pediátricas destinadas a este público-alvo, que é
de cerca de 20,5 milhões de crianças. O Ministério da Saúde receberá, ainda em
janeiro, um lote de 3,74 milhões de doses de vacina. O imunizante da
Pfizer/BioNTech é o único aprovado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para a vacinação pediátrica.
“Minha
recomendação é procurar um médico”, diz Queiroga
Durante a coletiva do fim desta tarde, o ministro da
Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que recomendaria a um pai indeciso que
procurasse um médico de confiança antes de vacinar seu filho de faixa etária
entre 5 a 11 anos. Ele considerou que hoje o País dá um importante passo no
processo de vacinação contra a doença e garantiu que não faltarão doses para os
pais que decidirem por vacinar as crianças.
Nas últimas semanas, Queiroga defendeu a obrigatoriedade de
prescrição médica para que as crianças fossem vacinadas e
criticou governadores e prefeitos que se opunham à medida. Conforme o ministro,
os mandatários deveriam se restringir a se manifestar em consulta pública
promovida pelo Ministério da Saúde e encerrada no último domingo, 2. Nesta
terça-feira, 4, houve audiência pública para
discutir a vacinação das crianças.
Queiroga enfatizou ainda que o órgão acompanhará de
perto o processo de vacinação com o público pediátrico, para que as normas
estabelecidas pela Anvisa sejam obedecidas pelos municípios.
O POVO