quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Consumo de plantas medicinais cresce na pandemia e estimula ampliação do cultivo no Ceará

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O consumo de plantas medicinais está em crescimento no Brasil desde o começo da pandemia. Segundo estudo divulgado pela brazilian journals, editora especializada em publicações acadêmicas, o uso de ervas com eficácia clínica comprovada aumentou cerca de 27% entre 2020 e 2021. A pesquisa aponta que vegetais como hortelã, camomila, alecrim, boldo e babosa estão entre os mais procurados. A busca pode estar relacionada com a necessidade em manter o sistema imunológico saudável para diminuir as chances de contaminação por vírus e bactérias que atacam o sistema respiratório.


No Ceará, segundo o Comitê Estadual de Fitoterapia, há 30 tipos de plantas medicinais formalmente indicadas para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças prevalentes na população do Estado. Todas as espécies são cultivadas no horto da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), localizado no bairro Messejana, em Fortaleza. O espaço está disponível para visitações de segunda à sexta-feira, mediante sistema de agendamento. Quem vai ao local, além de conhecer cada tipo de erva, também recebe orientações sobre a preparação e o uso correto de medicamentos caseiros.


“Nós sempre enfatizamos aos visitantes que é fundamental o não uso de agrotóxicos para a realização da limpeza das plantas e também fazer o armazenamento corretamente. Isso é muito importante porque, em alguns casos, até mesmo o horário de retirada da planta pode interferir no efeito dos chás medicinais”, explica a farmacêutica da Sesa, Andrea Ramalho. Segundo ela, as mudas cultivadas no horto também estão disponíveis para doações, desde que haja disponibilidade e orientação farmacêutica aos pacientes que solicitarem as ervas.


A farmacêutica Angélica Brasil, do Núcleo de Fitoterápicos (Nufito) do Estado, destaca que parte das espécies cultivadas pela Sesa foi incorporada nas estratégias de atenção primária da rede estadual de Saúde. “A gente manipula algumas culturas que já são utilizadas no tratamento de doenças respiratórias, infecções dermatológicas, entre outras doenças”, pontua. Embora sejam submetidas a procedimentos em laboratórios, as plantas não sofrem alterações no seu princípio ativo. O uso, no entanto, deve ser acompanhado por um profissional de saúde.


No caso das plantas, Angélica ressalta que o consumo pode ocorrer de forma caseira, desde que em dosagem razoável. Ela lembra que, durante a pandemia, houve crescimento acentuado na ingestão do xarope de chambá, mais conhecido no Nordeste como “lambedor”. O composto é indicado para o tratamento de problemas pulmonares, tosse, bronquite, gripe, febre e náuseas, estes dois últimos, sintomas comuns da Covid-19. “O xarope de chambá evita que a infecção respiratória evolua para uma coisa mais grave, evitando, por exemplo, a necessidade do uso de um antibiótico”, comenta a farmacêutica.


Apesar dos efeitos positivos das ervas medicinais para a saúde, a especialista lembra que as plantas têm efeito complementar no organismo e não substituem por completo os medicamentos alopáticos, aqueles resultantes de processos químicos que são comercializados em farmácias e laboratórios. “Elas [as plantas medicinais] funcionam como um complemento à nossa saúde. Não inviabilizam a necessidade dos fármacos alopáticos, mas são muito importantes até para evitar o uso de certos medicamentos, em caso de agravamento do quadro clínico do paciente”, observa Angélica.


O POVO 

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