quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

'Uma molecagem', diz Cid Gomes sobre operação da PF na qual é citado

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O senador e ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT) se pronunciou na noite desta quarta-feira (15) a respeito da operação da Polícia Federal da qual ele e o irmão, Ciro Gomes, foram alvo. Cid acusou, inclusive, o presidente Jair Bolsonaro de interferência.

 

"Uma molecagem. Com claros objetivos politiqueiros de desgastar a imagem do Ciro, de desgastar a nossa imagem, para que isso possa servir ao interesse nacional do moleque Bolsonaro", disse Cid. Mais cedo, Ciro Gomes também havia feito acusações a Bolsonaro. O g1 procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República por volta das 10h, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

 

Cid e Ciro são citados em uma investigação sobre supostas irregularidades nas obras de ampliação da Arena Castelão, principal estádio do Ceará, para a Copa do Mundo de 2014.

 

O senador criticou o objetivo da operação e defendeu o processo como foi elaborada a reforma do estádio. "O estádio Castelão estava pronto desde 2012. Em dezembro, não sei exatamente a data, estamos completando nove anos da execução. É muito estranho que agora essa questão venha a ser objeto de uma investigação", comentou.

 

"No fundo acaba sendo, para não usar uma palavra mais dura, ineficiente. Eu já troquei de celular, já não sou mais governador, o celular não é mais o mesmo. Portanto, é uma decisão politiqueira. O juíz responsável é, no mínimo, polêmico, extravagante, para ficar em poucas palavras", diz Cid.

 

"Nós recorreremos de todas essas questões. Eu nunca fui chamado para prestar nenhum depoimento. O endereço que eu moro é o mesmo desde antes de eu ser governador. Não enxergo razão senão o espetáculo, a notícia negativa, de receber a polícia de manhã cedo na minha casa", complementou.

 

Em entrevista à GloboNews, Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e pré-candidato à Presidência, também falou sobre a operação da Polícia Federal de que foi alvo.

 

"Estou sendo vítima de uma grande arbitrariedade. Intenção é me constranger, calar a minha boca e abater a minha disposição de oferecer ao Brasil uma proposta que começa por dizer que o Brasil não pode mais contemporizar com a corrupção", disse Ciro.

Ciro disse que uma "fração da Polícia Federal capitulou" ao presidente Jair Bolsonaro e classificou a ação desta quarta como uma violência contra ele e a família.

 

Durante a entrevista, Ciro Gomes ainda citou sobre os valores da reestruturação da Arena Castelão, dizendo que foi o menor custo para reformas em estádios do Brasil. Além disso, lembrou que, à época das obras no estádio, não ocupava cargos públicos na política.

 

"Primeiro, o Castelão foi escolhido como o menor preço. Segundo, esse preço foi o menor do Brasil e de todos os estádios construídos no Brasil. Terceiro, nenhum delator, nem sequer na leviandade da delação premiada me acusou de receber qualquer tipo de vantagem ilícita. (...) E eu quero dizer que o delegado me arrolou como pessoa pública, e de novo, eu não era pessoa pública nenhuma", disse.

 

O irmão de Ciro, Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e atual senador, também foi alvo da operação. Segundo a PF, as fraudes ocorreram entre 2010 e 2013, anos em que o Ceará era governado por Cid.

 

A Justiça quebrou os sigilos bancário e fiscal de Ciro e Cid entre 2009 a 2014. O sigilo telefônico dos dois também foi quebrado.

 

Por uma rede social, Ciro classificou a ordem como "abusiva", alegou não ter relação com o caso e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade."

 

Apuração da Polícia Federal

A polícia afirma que há indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas.

As supostas propinas, segundo a PF, teriam sido pagas para que a Galvão Engenharia vencesse a licitação das obras da Arena Castelão e também, durante a execução do contrato, para que pudesse receber os valores devidos pelo governo do Ceará.

 

A decisão judicial diz que, segundo a PF, houve pagamentos sistemáticos de propinas, muitas vezes disfarçadas de doações eleitorais para os Ciro, Cid e Lúcio Ferreira Gomes para viabilizar os pagamentos à Galvão. Ainda segundo a PF, os advogados Fernando Antônio Oliveira e José Leite Jucá, que ocuparam o cargo procurador-geral do Estado e de presidente da comissão de licitações na época, receberam propina para garantir a vitória da Galvão na disputa.


G1 CEARÁ

 

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