Durante participação no programa
Jogo Político, do O POVO, nesta terça-feira, 28, o deputado estadual Acrísio
Sena (PT) defendeu a manutenção da aliança PT-PDT no Ceará. Segundo ele, no
entanto, a dinâmica nacional será decisiva nos rumos da eleição ao governo do
Estado. Para o parlamentar, a discussão se centra na decisão de Ciro Gomes
(PDT) sobre disputar o Palácio do Planalto contra o ex-presidente Lula (PT).
"Em nível nacional, se a
candidatura do Ciro não consegue alavancar voo, ela ajuda na conformação da
aliança PT-PDT", afirmou. Na lógica do deputado, em uma eventual
desistência do pedetista, "restará ao PDT duas alternativas, ou engrossar
uma candidatura unificada ao centro ou vir para esse campo mais de
centro-esquerda, capitaneado pelo Lula". "Esse cenário impactará de
sobremaneira os estados", apontou.
"A manutenção da candidatura do Ciro reforça a
tese dentro de setores do PT de candidatura própria", acredita Acrísio.
"Se não existe candidatura do Ciro, ela [a tese] se torna ineficaz, porque
inevitavelmente o PDT deve migrar para uma conformação de uma chapa com o Lula
já no primeiro turno."
O deputado revelou uma predileção pelos nomes da
vice-governadora Izolda Cela (PDT) e do presidente da Assembleia Evandro Leitão
(PDT) entre setores do PT. Em contrapartida, ele acredita que essa discussão
que se encerraria com uma possível retirada da candidatura de Ciro a
presidente. Para o parlamentar, a decisão facilitaria na indicação do
ex-prefeito Roberto Cláudio, alvo de resistência entre grupo de petistas.
"Se a candidatura do Ciro permanece, é uma leitura que o PT faz. Se não
permanece, é outra leitura", afirmou.
No seu ponto de vista, a eventual
união de Ciro e Lula "acabaria qualquer tipo de veto ou qualquer tipo de
observação, porque isso seria definido em nível nacional e, não,
regional", declarou, em referência a movimento liderado pelos deputados
petistas José Airton e Luizianne Lins, contrários a chapa liderada pelo
PDT, em especial pelo ex-prefeito Roberto Cláudio.
O POVO