A
Polícia Civil de Caratinga terminou, nesta segunda-feira (8), de recolher os
materiais periciais do avião que caiu na zona rural da cidade, causando a morte
da cantora Marília Mendonça e de mais quatro pessoas. Segundo o delegado
regional da Polícia Civil de Caratinga, Ivan Lopes Sales, um cabo estava
enrolado em uma das hélices do avião. Porém, ele disse que não dá para afirmar
que o cabo é o que se rompeu na torre de transmissão de energia da Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig).
“É
fato de que tem um cabo enrolado na hélice. Agora, a gente só vai poder afirmar
que esse cabo é o cabo que se rompeu quando a perícia tiver o laudo pericial”,
explicou. O delegado informou ainda que os destroços da aeronave serão
encaminhados ao Rio de Janeiro nesta terça-feira (9). Já os motores irão para
Sorocaba (SP), ainda sem horário definido.
“Em
comum acordo com o Cenipa, definimos que a aeronave vai ser destinada ao Rio de
Janeiro para que eles realizem a perícia. Se porventura a Polícia Civil achar
necessário realizar outras perícias, ela [a aeronave] estará lá à disposição
também”, informou.
A
Polícia Civil informou que ainda não há um prazo para encerrar as apurações de
eventual responsabilidade criminal. "A investigação procede com os laudos
periciais, com oitivas de eventuais testemunhas, com arrecadação de documentos.
É importante ressaltar que a Polícia Civil quer dar uma resposta célere, mas
uma resposta célere não significa uma resposta rápida. Uma reposta célere é a
resposta mais técnica, no menor tempo possível", afirmou.
Etapas
da remoção da aeronave
No
primeiro momento da operação de retirada, realizada nesse domingo (7), um
guindaste ajudou a içar o avião de um ponto ao lado da cachoeira, onde tinha
caído, para uma área mais alta do terreno. Na segunda etapa, as asas foram
cortadas e algumas partes começaram a ser retiradas.
Na
noite de sábado (6), a aeronave já havia sido tirada da correnteza da
cachoeira. Após a retirada, a fuselagem do avião foi levada para um pátio, em
Caratinga, de onde será encaminhada para o Rio de Janeiro, onde a perícia do
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos deve continuar.
Os
dois motores do avião foram retirados na tarde desta segunda-feira por equipes
Cenipa e de uma empresa de guincho particular resgataram. Segundo o dono da
empresa, Amadeu Alexandre, os dois motores caíram em locais complexos para a
remoção.
Onde
estavam os motores?
A
empresa de guincho resgatou o motor que estava em uma área de mata fechada por
volta das 14h. Ele teria se soltado da aeronave logo após a colisão com os fios
da torre de transmissão de energia da Cemig. As equipes trabalham em terra na
retirada da peça desde o início da manhã desta segunda-feira (8), informou
Amadeu.
Inicialmente,
a equipe da 5ª Base Regional de Aviação do Estado (BRAVE), da Polícia Militar,
daria apoio de helicóptero para içar o motor e deixá-lo em local mais fácil
para a remoção, mas foi constatado que a mata densa não permitiria o trabalho
por via aérea.
O segundo motor estava submerso. "Quando o avião caiu na cachoeira, um dos motores rolou pela cachoeira abaixo. Mas choveu no local e o nível da cachoeira encheu, dificultando os trabalhos", explicou o dono da empresa de guincho. Os destroços serão levados para a sede do SERIPA III no decorrer desta semana, informou a Força Aérea Brasileira (FAB).
Portal G1