terça-feira, 28 de setembro de 2021

PF investiga desaparecimento de 12 contêineres com mercadorias no Porto do Mucuripe, em Fortaleza

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A Polícia Federal (PF) está investigando o desaparecimento de 12 contêineres com mercadorias em uma zona de alfândega no Porto do Mucuripe, em Fortaleza. Os materiais eram alugados pela empresa Hand Line Transportes Internacionais, de São Paulo, e funcionavam para guarda de produtos que chegavam à alfândega do local.



A zona alfandegada é um local destinado às atividades da Receita Federal, na qual ocorre fiscalização aduaneira, com a checagem de documentos e dados da carga importada. Um material só pode ser despachado e liberado em um porto após esse procedimento.



O caso foi descoberto na última quarta-feira (22). A informação obtida pelo g1 é que as mercadorias dispostas nos contêineres eram fruto de contrabando e estavam apreendidas no local. Os produtos seriam doados à Prefeitura de Fortaleza, mas, quando eles seriam retirados, nem os contêineres foram localizados.



De acordo com a diretora da Hand Line, Juliana Borean de Medeiros, só os contêineires (sem as mercadorias que eram de outra empresa) são avaliados em R$ 18 mil cada um; a estimativa é que o prejuízo chegue a R$ 216 mil, ao todo. Os equipamentos eram da empresa Realreefer e estavam sendo alugadas pela Hand Line para serem usadas no Porto do Mucuripe.



'Colaborando com entidades', diz Porto

Em nota, a Companhia Docas do Ceará, que administra o terminal, não explicou o que aconteceu e disse que "está colaborando com as entidades intervenientes para que todos os fatos sejam esclarecidos". Por isto, a administração disse que "outras informações podem interferir e/ou prejudicar o andamento das investigações".



Um ato declaratório da Receita Federal do Brasil, de julho de 2019, afirma que a Companhia é "fiel depositária das mercadorias sob sua guarda [do Porto do Mucuripe]".



Questionada pelo g1 sobre as investigações e o que se sabia até o momento, a Polícia Federal, três dias após o primeiro contato, disse que "não se manifesta sobre investigações em curso".



A diretora da Hand Line, Juliana Borean, que atua na área há 20 anos, demonstrou completa surpresa com o acontecido. "Nunca vi isso acontecer em porto nenhum, ainda mais com uma mercadoria que era da alfândega", aponta.

Para Juliana Borean, o que interessa é descobrir o paradeiro dos contêineres, que estavam em solo cearense sob força de contrato com a Realreefer, uma vez que as mercadorias não pertenciam às duas empresas.



Segundo a diretora, o cliente que utilizou os contêineres para guardar as mercadorias teria declarado para a alfândega que o produto era de um tipo, mas, ao fazer a inspeção, os agentes viram que era outro. Isso teria provocado a apreensão das mercadorias pela Receita Federal.



A reportagem questionou a Receita Federal sobre o que havia dentro dos contêineres e qual o valor dos produtos que estavam dentro do carregamento, mas o órgão não respondeu.



Há pouco mais de dois anos, em julho de 2019, a Receita Federal declarou o alfandegamento do Porto do Mucuripe. Foram investidos cerca de R$ 12,6 milhões com sistema de monitoramento e segurança eletrônica (CFTV); aquisição de tecnologia (OCR), que reconhece caracteres a partir de um arquivo de imagem ou mapa de bits por meio de escaneamento; e scanner para contêineres.



Com isso, a ideia seria ampliar a capacidade de atracação das embarcações. Na ocasião, o então diretor-presidente da Companhia Docas, Mario Jorge Cavalcanti, disse que "a medida traz mais segurança e competitividade, já que a ampliação pode alavancar mais negócios para o estado do Ceará".

G1 CE 


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